sábado, 17 de dezembro de 2011

ABSOLVIDO

Não há coisa tão sofrida ao homem quanto responder a um processo judicial de natureza criminal, principalmente quando o fato imputado for grave o suficiente a ponto da Justiça pode aplicar-lhe a pena de morte, como acontece em alguns países. Alguém que vive sob a tensão de um julgamento assim não terá sono tranqüilo a não ser no dia que ouvir do juiz a decisão: absolvido.
Em relação a Justiça divina o homem está na incômoda condição de réu, respondendo a processo cuja pena a ser aplicada é a de morte eterna. Neste processo Deus, como Juiz, não precisa de provas para dizer que o acusado é um transgressor da Lei divina, e como tal merecedor de punição, pois a Bíblia mesmo assevera que todos pecaram (Rm 3.23 ) e que não há um justo sequer (Rm 3.10), sendo tais afirmativas mais que suficientes para impor-lhe a condenação. O pecador receber a sentença condenatória é uma questão de tempo, e mesmo que a Justiça divina pareça tardar, isto não quer dizer que ela não seja aplicada um dia. Afinal, a Bíblia também assegura que todos os homens comparecerão diante do santo Tribunal para ouvir do Justo Juiz a decisão irrecorrível lançada com efeito eterno.
Mas como não há prazer em Deus em condenar o pecador, o evangelho cumpre a tarefa de anunciar-lhe o perdão em Jesus Cristo para que seja perdoado de seus pecados e, então, absolvido de toda e qualquer condenação.
Assim, enquanto o Tribunal divino não se instala para chamar um a um na sala de audiência para ouvir sua sentença, o evangelho conclama os homens a receberem Jesus Cristo como Salvador, arrependendo-se de seus pecados, confessando-O como Senhor, sem o que não escaparão à condenação futura.
Escrevendo aos romanos o apóstolo Paulo mostra o efeito judicial imediato de ser salvo, quando diz que nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito (Rm 8.1).
Ao dizer que nenhuma condenação há o escritor inspirado quer dizer que não existe mais sentença que seja contrária aquele que está em Cristo Jesus, pois a  partir do momento que o pecador crê em Cristo imediatamente Deus, o Justo Juiz, decreta sua absolvição.
E não haverá mais condenação para quem está em Cristo porque por sua obra na cruz Jesus  justifica o pecador, reconciliando-o com Deus, e quem está quite com a Justiça divina não receberá dela nenhuma punição.
A pena de morte que o pecador suportaria Jesus Cristo sofreu na cruz, e isto para livrá-lo totalmente de seus efeitos.
A respeito desta ação de Cristo em favor daqueles que seriam sentencionados a pena de morte  o profeta Isaias escreve: o castigo que nos traz a paz estava sobre ele (Isa 53.5).
O castigo, no caso, é a morte; aquele que o recebeu é Jesus Cristo; o nos ali indicado são os pecadores arrependidos, e o efeito disto é a paz eterna e imodificável com Deus.
Uma vez perdoado, o homem passa a se relacionar com Deus como Pai e não mais como Juiz, e isto por ser recebido como filho: Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome ( Jo 1.12).
Com efeito, Deus não condenará nenhum daqueles que recebeu por filho, porque em favor deles o Filho amado entregou Sua vida na cruz.
Recebido como filho e perdoado por Deus, o homem está plena, total e eternamente absolvido, de modo que nenhuma condenação mais o incomodará.
Quem soube que um dia foi merecedor de condenação e que agora nenhuma condenação mais pesa sobre ele, e isto por causa da obra salvadora de Jesus Cristo, amará a Deus que o absolveu e a Cristo que lhe trouxe absolvição.
Portanto, se você já creu em Jesus Cristo viva como absolvido e alegre-se sempre no Senhor que suportando a pena em seu lugar o colocou na condição de isento de qualquer punição.
Lembre-se que Deus amou o mundo de tal maneira que enviou seu Filho Unigênito para receber o castigo que você merecia, e isto para que você não sofresse a condenação do perecimento eterno, mas a absolvição que garante a vida eterna como escreveu João 3.16.
Livre de toda e qualquer condenação e com grande alívio no coração o apóstolo Paulo escreveu: porque eu sei em quem eu tenho crido; e estou bem certo que é poderoso, para guardar o meu tesouro até o dia final (2 Tm 2.12).
Como é bom saber em quem se tem crido, e que este em quem se crê é poderoso para guardar o tesouro eterno até o dia final.
Proclame isto aos ouvidos daqueles que ainda vivem atormentados pela ausência da convicção de que em Cristo foram absolvidos por Deus.
Lutero de Paiva Pereira.

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