Toda
religião que deseja ter adeptos tem que exigir sacrifícios pessoais dos que a
professam, pois o homem valoriza o sacrifício como algo necessário a qualquer
tipo de credo.
Isto é
assim porque a pessoa pensa que fazer sacrifícios religiosos chama a atenção de
Deus em seu favor, despertando Seu interesse em abençoar aquele que se propõe a
algum tipo de flagelo.
Quem
faz sacrifício acha que está “pagando” o preço para alcançar o bem desejado, e
o fato de ter “sofrido” em favor de si mesmo parece assegurar-lhe o direito de
ser recompensado no presente e no futuro por Deus.
Com
este entendimento a alma humana encontra na religião o caminho próprio para
desenvolver sua prática sacrificial.
Dificilmente
a pessoa não se deixa levar por uma mensagem dessa natureza, pois ela pensa
exatamente assim em seu coração, ou seja, de que sofrendo Deus será benevolente
para com ela.
Mesmo
fazendo tudo isto o homem não consegue a tão sonhada e desejada paz no coração,
e nem sua consciência fica tranquila.
Em
razão desse problema humano o cristianismo puro e verdadeiro, apresenta-se com
uma proposta totalmente diferente daquela que a religiosidade
oferece.
O
cristianismo prega que o mérito para ser abençoado não está no sacrifício que o
homem faz, mas sim, na fé que o homem coloca no sacrifício que outro fez em seu
favor.
O
cristianismo prega e apresenta Jesus Cristo como aquele que fez o sacrifício verdadeiro,
puro e santo, que pode dar ao homem o direito de ser abençoado por Deus.
E o
fato de Jesus Cristo ter feito o sacrifício puro em favor do homem pecador é
obra exclusiva da graça de Deus.
Graça,
portanto, é o meio de Deus dispensar o homem de fazer qualquer sacrifício
pessoal, ao tempo em que o convida a crer no sacrifício de Cristo feito em seu
favor lá na cruz para desfrutar de todas as bênçãos espirituais de que
necessita para viver bem.
Sem se
dar a fazer qualquer tipo de sacrifício pessoal para merecer a salvação de Deus
Paulo escreve: Jesus Cristo
veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal (1 Tm 1.15).
Em tão
poucas palavras o apóstolo está afirmando que não era ele mesmo quem se salvava
a si mesmo, mas sim a pessoa de Jesus que veio ao mundo exatamente para esse
fim.
Portanto,
a mensagem bíblica propõe levar o homem a crer em Jesus Cristo depositando fé
em Sua pessoa e em Sua obra, ao invés de estar exercitando fé em si mesmo e em
seu esforço pessoal para ser eternamente salvo.
Vale
lembrar que a palavra fé significa, dentre outras coisas, confiança e é
exatamente isto que o evangelho chama o pecador a fazer, ou seja, a confiar na obra de Cristo como totalmente
suficiente para reconciliá-lo
com Deus, dispensando o esforço pessoal de fazer aquilo que Jesus Cristo já
fez por ele completa e eficazmente.
Portanto,
diferentemente das religiões que se propagam pela sugestão de sacrifício
pessoal de seus adeptos, exigindo “pagamento” quase que diário dos pecados para
terem direito a algum benefício vindo do céu, o cristianismo é um alívio ao
convidar o homem a simplesmente crer na obra sacrificial de Cristo, a qual se
mostra capaz de pagar todos seus pecados dando-lhe o direito de gozar de paz
eterna com Deus.
O
apóstolo Paulo escreveu: eu sei em quem tenho crido (2
Tm 1.12) ao invés de
afirmar: eu sei o que tenho feito porque bem sabia que o mais importante
é saber em quem se crê e não no que se faz.
A
essência da fé cristã não é, portanto, repita-se, sacrifício de quem crê, mas
crença no sacrifício daquele em quem se crê.
Quem assim
proceder terá descanso pessoal, júbilo no coração e
gratidão ao Senhor como reação a Sua maravilhosa graça.
E foi
para dar tal descanso e alívio ao homem que Jesus Cristo fez e faz o convite: vinde a mim, todos que estais
cansados e oprimidos e eu vos aliviarei (Mt
11.28).
Deixar
os sacrifícios pessoais, quaisquer que sejam, para confiar única
e totalmente no sacrifício do Filho de Deus, para que a vida cristã seja
verdadeiramente abundante, é o que o evangelho do Reino oferece aos homens que
estão cansados e sobrecarregados em seus ritos religiosos.
Escrevendo
aos efésios o autor sagrado registra: Bendito
o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda a
sorte de bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo (Ef. 1.3).
Esse
versículo demonstra que as bênçãos que o homem precisa estão todas elas
centralizadas em Cristo.
Você
prestou atenção no que o versículo diz?
Ele
informa categoricamente que Deus
já nos abençoou em Cristo, ou seja, Deus já tomou a iniciativa de nos
abençoar em Cristo de modo que não precisamos fazer sacrifício algum para ter
direito àquilo que gratuitamente já nos foi dado em Jesus.
Uma fé
nesses termos traz alívio, renova as forças e dá ânimo para seguir em frente.
Natal
feliz, portanto, é quando você descobre que em Jesus Cristo Deus estava
reconciliando você com Ele para todo o sempre.
Natal
feliz é quando você descobre que Deus amou você antes que você o tenha amado,
como escreveu o apóstolo João: Nós amamos a Deus porque Ele nos amou
primeiro (1 Jo 4.19).
Natal
feliz é que quando você descobre que não precisa ficar se dando a qualquer tipo
de sacrifico para alcançar aquela paz no coração, a qual você experimenta ao
crer em Cristo.
Natal
feliz é quando você descobre que o Verbo eterno de Deus, a saber, o Filho de
Deus, veio ao mundo com o propósito de fazer em seu favor aquilo que você
precisava e não conseguia fazer, ou seja, o pagamento pleno dos seus pecados.
Lembre-se
sempre destas palavras do apóstolo: Deus prova o seu amor para conosco pelo
fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores (Rm 5.8).
Um
amor provado e demonstrado ninguém pode duvidar. Portanto, não duvide do amor
de Deus por você que já foi provado ao tempo em que Jesus Cristo morreu por
você, quando você ainda era um pecador.
Foi o escritor sagrado quem
disse: porque aquele que entrou no
descanso de Deus, ele próprio descansou de suas obras, como Deus das suas (Hb
4.10).
Deixe, portanto, de somente desejar
feliz natal. Experimente pessoalmente o ter um natal feliz crendo e descansando
na obra salvadora de Jesus Cristo.