quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

VAZIO EXISTENCIAL

Vazio existencial é o estado interior do homem que denuncia sua falta de sentido para viver, cuja sensação tem poder altamente destrutivo sobre o indivíduo. Caminhar quando não se tem porque ir ou aonde chegar tira o ânimo e dá desespero em quem quer que seja.
A descoberta do vazio existencial pode se dar a qualquer momento, independentemente da idade ou da condição financeira ou cultural da pessoa, e quando menos se espera lá está tal experiência negativa trazendo o caos para confinar a pessoa a uma cama ou a um quarto de onde não se quer mais sair .
O professor Viktor E. Frankl fundador da Logoterapia, também chamada de “terceira escola vienense de psicoterapia” escreve que “o vazio existencial manifesta-se principalmente num estado de tédio”. Ou seja, naqueles momentos quando a pessoa não está ocupada com nada nem pressionada por ruídos exteriores é que ela entra em contato consigo mesma e o  “olhar” para dentro traz o susto de  descobrir que nada existe de essencial ali que dê significado para existir.
Quando se descobre o nada dentro do peito a reação é a estagnação completa e o abatimento total.
O vazio existencial é notado, no entanto, até mesmo por quem está sobrecarregado com muitas ocupações,  pois não é comum utilizar-se da muita atividade para tentar afastar a própria sensação de perda do sentido de existir.
Para situação assim tão grave o remédio é preencher a existência com algo que vem exatamente daquele que a tudo preenche, porque nEle não há vazio algum, a saber, Deus.
Um dia, diz a Escritura, Deus apareceu a Abraão na Mesopotâmia, e lhe fez um chamado para caminhar: "Sai da tua terra e da tua parentela e vem para a terra que eu te mostrarei" (At 7.3). Movido pela fé Abraão deixou tudo e foi em direção à proposta divina, e por todo o tempo de sua existência caminhou com olhos fixos no alvo que Deus lhe havia proposto, a saber, a cidade que tem fundamentos: "porque esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus" (Hb 11.10). A cidade de Deus ao invés da cidade do homem, foi o sonho desse conhecido “herói da fé”.
É fato que Abraão morreu sem alcançar esse alvo, mas enquanto viveu esse objetivo lhe deu razão para caminhar.
Ter motivo para caminhar  é o antídoto mais perfeito contra o vazio existencial, de modo que aquele que se alinha com um alvo assim vai bem sempre.
Para quem o vazio existencial está incomodando, o que  deve ser feito  é apresentar o evangelho de Cristo por intermédio do qual Deus nos chama para seu Reino e glória (1 Ts 2.12). Quem ouvir o chamado, à semelhança de Abraão, encontrará ânimo para sair na direção certa daquilo em que se deve andar, a saber, o Reino de Deus e terá a existência preenchida com algo eterno e que faz caminhar vitoriosamente até o fim aquele que crê.
Lutero de Paiva Pereira