Vazio existencial é o estado interior do
homem que denuncia sua falta de sentido para viver, cuja sensação tem poder
altamente destrutivo sobre o indivíduo. Caminhar quando não se tem porque ir ou
aonde chegar tira o ânimo e dá desespero em quem quer que seja.
A descoberta do vazio existencial
pode se dar a qualquer momento, independentemente da idade ou da condição
financeira ou cultural da pessoa, e quando menos se espera lá está tal experiência
negativa trazendo o caos para confinar a pessoa a uma cama ou a um quarto de
onde não se quer mais sair .
O professor Viktor E. Frankl
fundador da Logoterapia, também chamada de “terceira escola vienense de
psicoterapia” escreve que “o vazio existencial manifesta-se principalmente num
estado de tédio”. Ou seja, naqueles momentos quando a pessoa não está ocupada
com nada nem pressionada por ruídos exteriores é que ela entra em contato
consigo mesma e o “olhar” para dentro traz o susto de descobrir que
nada existe de essencial ali que dê significado para existir.
Quando se descobre o nada dentro do
peito a reação é a estagnação completa e o abatimento total.
O vazio existencial é notado, no
entanto, até mesmo por quem está sobrecarregado com muitas ocupações,
pois não é comum utilizar-se da muita atividade para tentar afastar a
própria sensação de perda do sentido de existir.
Para situação assim tão grave o remédio é preencher a existência com
algo que vem exatamente daquele que a tudo preenche, porque nEle não há vazio
algum, a saber, Deus.
Um dia, diz
a Escritura, Deus apareceu a Abraão na Mesopotâmia, e lhe fez um chamado para
caminhar: "Sai da tua terra e da tua parentela e vem para a terra que eu
te mostrarei" (At 7.3). Movido pela fé Abraão deixou tudo e foi em direção
à proposta divina, e por todo o tempo de sua existência caminhou com olhos
fixos no alvo que Deus lhe havia proposto, a saber, a cidade que tem
fundamentos: "porque esperava
a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus" (Hb
11.10). A cidade de Deus ao invés da cidade do homem, foi o sonho desse
conhecido “herói da fé”.
É fato que
Abraão morreu sem alcançar esse alvo, mas enquanto viveu esse objetivo lhe deu
razão para caminhar.
Ter motivo
para caminhar é o antídoto mais perfeito contra o vazio existencial, de
modo que aquele que se alinha com um alvo assim vai bem sempre.
Para quem o
vazio existencial está incomodando, o que deve ser feito é
apresentar o evangelho de Cristo por intermédio do qual Deus nos chama para seu Reino e
glória (1 Ts 2.12). Quem
ouvir o chamado, à semelhança de Abraão, encontrará ânimo para sair na direção
certa daquilo em que se deve andar, a saber, o Reino de Deus e terá a existência
preenchida com algo eterno e que faz caminhar vitoriosamente até o fim aquele
que crê.
Lutero de
Paiva Pereira