quinta-feira, 28 de novembro de 2013

VEM E VÊ

 O evangelista não é um executivo da igreja para fazer algo, mas sim um enviado dela para anunciar alguém. Se o evangelista fez muita coisa mas não apresentou Cristo às pessoas, ele pode ser visto como um empreendedor mas não como um arauto do evangelho.
Felipe, vivendo ao tempo de Jesus, não dispunha de nenhum centro “acadêmico” para qualificá-lo para evangelizar Natanael, quando este duvida que da Galiléia pudesse sair o Messias. Ao invés de falar sobre as quatro leis espirituais ou coisa parecida, Felipe simplesmente diz a Natanael: vem e vê (Jo 1.45).
Ao convidar Natanael a ir  a Jesus para conhecê-Lo, Felipe está tratando na verdade da essência e da alma do evangelho, a saber, ver e conhecer Cristo por experiência pessoal.
Evangelizar não é ensinar um povo a mudar seus hábitos de limpeza ou melhorar sua estética, coisas em si mesmas boas e em nada reprováveis. Evangelizar, pelo contrário, é chamar o pecador a vir a Cristo para conhecê-Lo ou, de outra forma, é levar Cristo às pessoas para que seja conhecido delas, e se convertam ao Seu senhorio para serem salvas.
E para fazer isto o que o evangelista precisa é ele mesmo ter tido um encontro pessoal com Cristo, para depois levá-Lo a outrem. Felipe somente convidou Natanael a ir a Jesus depois que ele mesmo foi a Jesus, tornando-se seu discípulo.
Se alguém precisa de alguma agência missionária para aprender a evangelizar, a melhor delas é a de Felipe, que além de simples é eficaz na mensagem: Vem e vê.
Vem e vê é o método mais que aprovado para evangelizar, mas ele só pode ser aplicado por aquele que já veio e viu a Cristo.
O apóstolo Paulo escreve dizendo que as pessoas não terão como crer se alguém não pregar (Rm 10.14), e pregar aqui tem a ideia de anunciar. Sabendo que a pessoas precisam crer e para crerem necessitam de que Cristo lhes seja apresentado o apóstolo é enfático na pregação ou no anúncio das boas novas.
Vem e vê. O que passa disso não importa ou, se o caso, importa menos.
Se você, a exemplo de Felipe, já viu a Cristo está mais que habilitado a convidar “natanaéis” a virem e verem a Cristo, pois só será salvo quem vier a Ele. Mas se você ainda não veio e nem viu a Cristo, vá e O veja rapidamente para não ser como Jó, que depois de muitos anos descobriu que conhecia a Deus só de ouvir falar, o que percebeu somente depois que viu a Deus: hoje os meus olhos te veem (Jó 42.5). Quem anuncia Cristo sem ter visto a Cristo, é como  um cego apresentando a outro cego uma paisagem que está longe de sua capacidade de perceber.





Lutero Paiva Pereira

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

JESUS CRISTO, NOSSO MEDIADOR


Quando o Brasil iniciou a era das operadoras de telefonia de longa distância, na televisão começaram as propagandas para ganhar os consumidores para esses serviços.
 Dentre os vários códigos anunciados, me lembro da operadora 21 onde no comercial aparecia uma atriz de braços abertos dando a mão direita a uma avó que estava no nordeste e a mão esquerda ao neto que se encontrava no sul do Brasil.
Dizia a propaganda que aquela operadora se interpunha entre aquelas duas pessoas tão distantes uma da outra para aproximá-las pela telefonia.
Esse comercial de alguma forma nos faz pensar na figura do mediador.
O mediador é aquele que se coloca no meio ou entre duas ou mais pessoas com o fim de estreitar seu relacionamento.
A função do mediador é tornar próximas pessoas que se acham distantes, e isto para o bem estar delas.
Pessoas que estão afastadas entre si por uma mágoa ou desavença são aproximadas pela atuação de um mediador.

Conforme lemos em 1ª  Tm 2.5, de forma enfática e objetiva o apóstolo afirma que um mediador entre Deus e os homens, e que esse mediador único entre Deus e os homens  se chama Jesus Cristo Jesus.
Jesus Cristo é Aquele que foi posto entre Deus e os homens para aproximar um do outro de forma permanente e duradoura.

Jesus foi posto como mediador entre Deus e os homens em razão de três questões básicas:

A primeira razão de Jesus ser o mediador entre Deus e os homens é porque Deus pretende estreitar seu relacionamento com os homens.
Está provado que Deus quer se relacionar com o homem porque foi Deus mesmo e não o homem quem tomou a iniciativa de estabelecer um mediador para estreitar o relacionamento que está rompido.

A segunda razão para Jesus ser o mediador ou estar entre Deus e os homens é porque se trata de pessoas distantes entre si.

Deus está no céu e os homens, na terra, é verdade.
Mas a verdadeira distância que há entre Deus e o homem e que exige a mediação de Jesus Cristo  é em termos de grandeza e de glória.

Deus está longe do homem porque Ele é Deus, o Criador e o homem é a criatura, e nada mais do que isto.
A própria grandeza do Criador o faz distante da criatura.
O profeta Isaias escreveu:: porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos (Is 55.8).

Os pensamentos de Deus são mais elevados do que os pensamentos do homem porque Deus é em tudo superior e mais elevado que o homem.

A terceira razão para Jesus ser o mediador entre Deus e os homens é porque Deus e os homens são partes discordantes uma da outra, e não podem se aproximar a não ser mediante o processo da mediação Filho de Deus.
Os propósitos e os procedimentos divinos são opostos aos propósitos e aos pensamentos humanos.
O que Deus ama o homem abomina, e vice-versa.
E é assim porque ambos – Deus e o homem - têm naturezas distintas.
Deus é luz, e não há nele trevas nenhuma (1Jo 1.5), os homens são trevas, e neles luz nenhuma há. 
Essa discordância entre Deus e os homens é decorrência direta do pecado humano, pois a partir da Queda todos os homens passaram a ser dominados por uma natureza carnal, que é inimiga de Deus (Rm 8.7), que não se sujeita à lei de Deus, e nem tem disposição para segui-la.
Porque o homem está rebelado contra Deus e em constante conflito com Ele, isto mantém a distancia entre eles, distancia que o homem não tem como superar por esforço próprio.

A despeito de tudo isto, o fato é que Deus criou o homem para viver com ele, para estar com ele e para se relacionar com Ele eternamente, de modo que a separação entre eles deve ser vencida.
E foi exatamente para aproximar-se do homem que Deus tomou a iniciativa de eleger e estabelecer um mediador entre Ele e os homens, para que esse mediador possa reconciliar o homem com Deus, aproximando ambos para um relacionamento bom e eterno.

Da mesma forma que aquela atriz da operadora 21 abrindo os braços pegava na mão da avó e na mão do neto e ligava um ao outro através da telefonia, Jesus Cristo na cruz abre os braços para tocar as mãos de Deus e as mãos dos homens e aproximar o Criador da criatura para uma plena comunhão.

Se alguém deseja aproximar-se de Deus, é preciso valer-se do ministério mediador de Jesus Cristo, pois é Cristo quem tem o poder e o ministério de aproximar partes tão distantes.

Para entendermos essa função mediadora de Jesus Cristo em nosso favor, vamos considerar três pontos especiais desse seu ministério.

Antes, porém, precisamos dizer que à luz da Bíblia Cristo Jesus é o ÚNICO mediador entre Deus e os homens.
Noutras palavras, não há outro mediador na terra capaz de intermediar a aproximação entre Deus e os homens, pois o único capaz de realizar tal feito é Jesus Cristo.
Por isto a Bíblia que Não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos (Atos 4.12).
Ao dizer que não há salvação em nenhum outro, o texto bíblico está afirmando que não há outro mediador entre Deus e os homens.

Não há dois ou mais mediadores entre Deus e os homens, mas somente um, e este é aquele que Deus mesmo instituiu, o qual é Seu Filho.

Deus aproxima-se dos homens através do único caminho que é Jesus Cristo, e o homem aproxima-se de Deus através desse mesmo único caminho, ou seja, Jesus Cristo.
Jesus Cristo mesmo disse: eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim (Jo 14.6).
Aquele que deseja ir ao Pai é preciso valer-se do caminho que é Jesus Cristo, o Mediador entre Deus e os homens.

Tendo essa certeza de que Jesus Cristo é o único mediador entre Deus e os homens, podemos tratar de 3 pontos que caracterizam a obra mediadora de Jesus Cristo em favor dos pecadores.

A primeira característica da obra de Jesus Cristo como mediador, é que ele é um mediador EFICAZ.
Falamos que é algo é eficaz quando produz o resultado desejado.
Jesus Cristo não somente se interpõe entre as duas partes distantes entre si, a saber, Deus e os homens, como interpondo aproxima um do outro de forma eficaz.
Sendo competente para realizar essa obra de aproximação, o resultado de sua mediação está totalmente garantido.
Os que estavam longe de Deus, através de Jesus Cristo se achegam a Deus sem precisar recorrer a qualquer esforço pessoal ou de terceiros, porque Jesus Cristo garante o resultado de sua mediação em favor daquele que nele crê.
Os que viviam separados de Deus a Deus se unem por meio do ato mediatório de Jesus Cristo para sempre por causa da eficiência de sua obra.
O pecado que separou os homens de Deus, em Cristo Jesus é removido na cruz para não mais haver separação entre o Criador e a criatura, e isto que garante é o Mediador estabelecido por Deus.
Na cruz o Mediador recebe o castigo que nos traz a paz (Isa 53.5), paz que uma vez estabelecida nos dá livre acesso a Deus.
A morte de Jesus Cristo na cruz tem poder para operar tudo isto, mudando o curso da história daquele que nele deposita fé.
Jesus Cristo é, portanto, um mediador eficaz que dispensa ajuda de qualquer outra pessoa para fazer aquilo que se propõe fazer, ou seja, aproximar o homem de Deus.

A segunda característica de Jesus Cristo como mediador é que ele se apresenta como um mediador NECESSÁRIO.  

Os homens necessitam de ser purificados de suas iniqüidades para desfrutarem de comunhão com Deus, e somente através do sacrifício desse Mediador é que os pecadores são purificados de sua imundície pecaminosa para serem aproximados do Deus santo.  

 A Bíblia diz que Deus é tão puro de olhos que não pode contemplar a iniqüidade (Hc 1.13).

Imersos em iniquidade os homens não podem achegar-se a Deus em seu estado pecaminoso, sob o risco de receberem sobre si a ira divina.

Neste caso o Mediador Jesus Cristo se torna necessário para realizar a obra de purificação dos pecados dos homens para habilitá-los a viverem com o Deus santo.

Diz a Escritura que Cristo Jesus a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda a iniqüidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu (Tito 2.14).  

Necessitando de serem purificados dos seus pecados, os homens carecem do Mediador se apresentar em condições de lhes outorgarem o status de santos diante de Deus, o que Jesus Cristo faz por sua obra expiatória.

Portanto, não há fora de Cristo a menor condição para homem alcançar a condição de justo, mas em Cristo ele é feito justo.

Portanto, Jesus Cristo é o mediador necessário porque somente Ele pode transformar um homem imundo num homem puro ou santo para levá-lo a Deus.

A terceira característica de Cristo Jesus como mediador é que Ele é um mediador COMPLETO.

Isto significa que Ele dispensa ajuda dos homens na sua obra de mediar a aproximação deles com Deus, porque tudo que o homem precisa de um Mediador ele encontra em Jesus Cristo.

A obra de mediação que por Jesus Cristo foi realizada plena e completamente e de nada ela tem falta.

Jesus Cristo orou: Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que me confiaste fazer (Jo 17.4).
E quando Jesus disse na cruz: está consumado (Jo 19.30), é porque tudo foi plenamente satisfeito.
Uma obra consumada é uma obra realizada na sua completude, e tal é a obra do Mediador Jesus Cristo.
Paulo escreve que o homem não é justificado pelas obras da lei e sim mediante a fé em Cristo Jesus (Gl 2.16).

Isto quer dizer que ninguém precisa recorrer a nada, exceto a Jesus Cristo para ser justificado de suas transgressões para aproximar-se de Deus de modo agradável ao Senhor.

Portanto, ninguém deve procurar fora de Cristo aquilo que somente nEle consegue achar.

Jesus Cristo, diz a Escritura, pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles (Hb7.25).

Conclusão
Como Mediador eficaz (que garante o resultado daquilo que Ele propõe), como Mediador necessário (já que o homem precisa ser justificado para aproximar-se de Deus) e como Mediador completo (já que tudo está em Cristo), Jesus Cristo Jesus é o único Mediador que pode realmente aproximar o homem de Deus.

Os que confessam a Jesus Cristo como Senhor e o receberem como Salvador, serão salvos e aproximados de Deus para todo o sempre, porque na condição da Mediador eficaz, necessário e completo Jesus Cristo une aquele que nele crê a Deus, o Pai.

Se você deseja aproximar-se de Deus para unir-se a Ele eternamente a oportunidade está dada através da mediação de Jesus Cristo.
Se você crer no Mediador, reconhecendo-o como seu mediador pessoal eficaz, necessário e completo sua aproximação de Deus está assegurada imediatamente e para sempre, porque através de Cristo você passará da condição de pecador impuro e imundo, a condição de justificado, puro e santo.
Se você já creu em Jesus Cristo e, portanto, já foi aproximado de Deus por obra da mediação do Mediador eficaz, necessário e completo, seu coração deve não só descansar na obra desse Mediador único, eficaz, necessário e completo, como também ser grato a Deus pelo fato de ter encontrado um mediador eficaz, necessário e completo, porque sem ele você nunca poderia se achegar a Deus, e através dele você nunca mais ficará distante de Deus.

A Cristo Jesus, nosso mediador,  toda honra e toda glória hoje e sempre. Amém.

Lutero de Paiva Pereira