O amor é, sem dúvida alguma, o mais nobre e o mais poderoso dos
sentimentos. Ele leva quem ama a fazer tudo ou quase tudo pelo objeto amado e
de tal forma vincula e une um ao outro que é capaz de gerar, pode-se assim dizer,
certa dose de escravidão de quem ama e relação àquilo que ama.
Na linguagem de Paulo o amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta (1 Co 13.7).
E é exatamente pelo fato do amor ser este sentimento
altamente vinculativo, que promove ligação e torna estreita a relação entre as
partes por ele alcançadas, é que o perigo pode ser detectado em sua prática.
Um exemplo de perigo
presente no amor é aquele registrado pelo apóstolo Paulo quando escreve sua
carta a Timóteo, onde enfaticamente adverte seu discípulo no sentido de não
amar o dinheiro, pois se o fizesse correria o risco de se transpassar com
muitas dores e, até mesmo, de desviar da fé: Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça
alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores (
1 Tm 6.10).
Outro exemplo de perigo detectado no
amor advém da escrita do apóstolo João quando diz: Não ameis o
mundo, nem o que no mundo há ( 1 Jo 2.15), pois se o mundo é inimigo de Deus o
amor ao mundo leva o crente a não amar a Deus.
Desse modo, para afastar qualquer perigo do amor a orientação bíblica positiva
é posta no sentido de se amar a Deus, pois quando o crente tem a Deus como objeto
de seu amor ele não corre perigo algum, pelo contrário, tem todos os perigos
afastados de perto de si.
Por isto
Jesus disse que o primeiro mandamento é: Amarás o Senhor teu Deus de todo
o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento (Mt 22.37).
Portanto, se é perigoso amar qualquer coisa, a melhor maneira
de evitar todo tipo de perigo é amando quem não oferece perigo nenhum, a saber,
o Deus e Pai de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo o qual, segundo Paulo, nos abençoou com toda a sorte de benções
espirituais em Cristo (Ef 1.3).
Isto quer dizer que mais importante do que amar é identificar a
quem se ama, pois o amor dedicado à coisa errada pode produzir mais estragos do
que se pensa, ao passo que o amor dedicado àquilo que é certo traz bênçãos jamais imaginadas.
Lutero Paiva Pereira
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