Os
discípulos já andavam com Jesus há algum tempo, e nesse tempo em que estiveram juntos ouviram de Jesus belos ensinamentos e presenciaram a realização de muitos sinais.
Mas chega o momento
quando eles são surpreendidos por Jesus com uma pergunta bastante interessante, pois Jesus quer saber o que o povo e o que eles mesmos pensam a respeito dEle.
A primeira
pergunta de Jesus é: quem diz o povo ser
o Filho do homem (Mt 16.13)?
Os
discípulos respondem: alguns dizem que o Senhor é João Batista; outros, que é Elias; tem também aqueles que asseguram que o Senhor é Jeremias, e não faltam os que não indicando o nome, dizem que Senhor é algum dos
profetas.
Observamos que o povo tinha uma visão não uniforme a respeito de Jesus, apontando para diferentes personalidades do Antigo Testamento.
Jesus então se volta direta e objetivamente ao seus discípulos e indaga: e vós, quem dizeis que eu sou (Mt
16.15)?
Você pode,
naturalmente falando, dizer que esta ou aquela pessoa é inteligente, é educada, até mesmo muito prestativa, mas isto nem sempre é suficiente para dizer
quem realmente ela é.
Podemos
conhecer certas qualidades de uma pessoa sem conhecer a pessoa em si mesmo, de modo
que não poucas vezes nos espantamos em saber que aquela pessoa que nós sempre elogiamos acabou fazendo uma coisa reprovável, algo fora do padrão do homem de
bem, que nunca imaginávamos que fizesse.
Quando isto
acontece é comum se falar: “é, a gente realmente não conhece as pessoas”.
Jesus certa vez perguntou aos discípulos: quem
vocês dizem que eu sou?
Se eles tivessem respondido: O Senhor é uma pessoa com muito poder; ou o Senhor é uma pessoa
que se preocupa com os socialmente rejeitados; o Senhor é um mestre que ensina
bons princípios, etc. em tudo isto eles estariam acertando a resposta.
Mas todas estas
respostas juntas não eram suficientes para dizer quem Jesus Cristo era, pois não
apontavam em nada para sua verdadeira identidade.
Mas quando
Pedro responde a pergunta sua resposta vai dizer não aquilo que Jesus
faz, mas sim, quem Jesus realmente é: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo (Mt 16.16).
Ao dizer que Jesus era o Cristo, Pedro estava
dizendo que Jesus era o ungido de
Deus, pois o significado da palavra Cristo é ungido.
No conceito
do Antigo Testamento ungido era a pessoa que tinha
sido separada por Deus para realizar uma missão estabelecida por Deus. E para
desempenhar a missão de ungido ela recebia o Espírito Santo, que a capacitava a fazer o que deveria ser feito.
Assim,
quando Pedro diz que Jesus era o Cristo,
ele estava reconhecendo em Jesus uma pessoa separada por Deus para realizar uma
missão de Deus, e desta forma capacitada pelo Espírito Santo para cumprir a
vontade de Deus.
O próprio
Jesus vai dizer na sinagoga que a profecia de Isaías de que ele era o ungido de Deus, se cumprira naquele tempo: O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo
que me ungiu para evangelizar os pobres;
enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos
cegos, para por em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor”
(Lc 4.18-19).
Mas Pedro
diz que além de ser o Cristo, o Ungido, Jesus era também o Filho do Deus
vivo, reconhecendo que Jesus tinha uma natureza
divina, embora fosse homem. Afinal, sendo Filho de Deus Jesus
tinha a natureza de Deus, como é
próprio do filho ter a natureza do pai que o gerou.
E dizendo
que Jesus era o Filho do Deus vivo, Pedro apontava para uma caraterística essencial do Seu pai, a saber, o Deus que vive.
Assim, Pedro afirmara que Jesus era o ungido de Deus; que Jesus era o Filho de Deus;
que Jesus tinha um Pai que vive.
A resposta de Pedro estava certa e era bem completa, e em razão disto Jesus vai fazer algumas observações a respeito dela.
A resposta de Pedro estava certa e era bem completa, e em razão disto Jesus vai fazer algumas observações a respeito dela.
Jesus então diz a Pedro: Bem-aventurado és, Simão
Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está
nos céus (Mt 16.17).
Nesta
observação de Jesus vale ressaltar três pontos importantes:
1º. ) Jesus
observa que
Pedro é um BEM-AVENTURADO por saber
que Ele era o Cristo, o Filho do Deus vivo.
Jesus liga a
BEM AVENTURANÇA de Pedro ao simples
fato dele saber quem Jesus é.
Na linguagem
bíblica ser bem-aventurado é ser muito feliz, e Pedro era um BEM
AVENTURADO por saber que Jesus era o Cristo.
Há felicidade real e verdadeira em conhecer
Jesus como o CRISTO, o FILHO DO DEUS VIVO.
Muitas
pessoas reconhecem em Jesus um bom homem; outros dizem tratar-se de alguém com poderes sobrenaturais; ainda tem aqueles que O reconhecem como um filósofo ou
coisa parecida. Aqueles que vêm Jesus nesta perspectiva não são bem-aventurados.
Para se tornar uma pessoa BEM-AVENTURADA é
preciso conhecer e reconhecer que Jesus é o CRISTO, o FILHO DO DEUS VIVO.
2º) Num segundo
momento o que observamos das palavras de Jesus a Pedro é que o discípulo não
acertou a resposta de que Jesus é o Cristo, o Filho do Deus vivo, baseado em sua capacidade pessoal.
Quando Pedro
acerta a resposta, quando ele consegue perceber a essência da pessoa de Cristo, quando ele consegue trazer a público a verdadeira identidade de Jesus, logo ele ouve de Jesus mesmo a seguinte consideração: "não foram carne e sangue que to revelaram".
Ao usar a
expressão "carne e sangue" Jesus estava dizendo a Pedro que não foi
sua inteligência humana, nem capacidade mental, nem mesmo sua possível perspicácia teológica que lhe proporcionou saber que Ele
era o CRISTO, o Filho do Deus vivo.
Com tais
palavras Jesus dizia a Pedro que não estava ao alcance do homem natural, não estava ao alcance da inteligência humana, não estava ao alcance da mente carnal saber que Ele é o Cristo, o Filho do Deus
vivo.
O homem mais
inteligente não tem em si mesmo a capacidade de olhar para Jesus e deduzir por
sua própria habilidade e perspicácia que Ele é o Cristo, o Filho de Deus.
O homem mais culto não consegue, por seus próprios conhecimento, ver em Jesus o Cristo, o Filho do Deus vivo.
Nem mesmo o homem mais religioso consegue, por si só, ver o Cristo de Deus na pessoa de Jesus de Nazaré.
O homem mais culto não consegue, por seus próprios conhecimento, ver em Jesus o Cristo, o Filho do Deus vivo.
Nem mesmo o homem mais religioso consegue, por si só, ver o Cristo de Deus na pessoa de Jesus de Nazaré.
Assim Pedro
fica sabendo que não foi sua capacidade pessoal quem lhe deu a vantagem de
acertar a resposta à pergunta de Jesus.
Por isto é que Pedro não podia se orgulhar de ter tal conhecimento elevado sobre o Filho de Deus, enquanto os outros discípulos não tinham.
Por isto é que Pedro não podia se orgulhar de ter tal conhecimento elevado sobre o Filho de Deus, enquanto os outros discípulos não tinham.
3º.) Em terceiro
lugar Jesus vai dizer a Pedro porque é que ele acertou a resposta, quando lhe informa:
foi meu Pai que está no céu que to
revelou.
Já que Pedro
tinha acertado a resposta, e acertou sem mesmo ter
capacidade pessoal para tanto, era preciso que soubesse qual foi a fonte
ou quem é que o ajudou saber esta verdade
tão profunda e tão distante da capacidade humana de descobrir.
Jesus diz a
Pedro que isto aconteceu porque o Pai que está nos céus o fez saber. Ou seja, Deus, o Pai, revelou a Pedro a real identidade de Seu Filho.
Revelar é
tirar o véu ou tirar a cortina para dar condições de se ver com nitidez aquilo
que antes estava encoberto.
A mente
humana está incapacitada de olhar para Jesus e ver nele o Cristo, o Filho do
Deus vivo, porque a mente do homem foi danificada pelo pecado, e assim se tornou imprestável para perceber tanto Deus, como as coisas de Deus.
Sem tal
ajuda do céu Pedro e qualquer outra pessoa olhava para Jesus mas não pode ver
nEle mais que um profeta, um filósofo, um bom homem, um revolucionário
religioso, etc.,
Para ver que
Jesus é o Cristo, o Filho do Deus vivo é
necessária uma ajuda celestial.
Ao saber que
tal ajuda veio do céu para lhe dar condições de ver que Jesus era o Cristo, o Filho do Deus vivo, Pedro
deveria ficar agradecido a Deus pelo fato desta revelação lhe ter chegado ao
coração.
Afinal, se o
Pai que está nos céus não tivesse
revelado isto a Pedro ele nunca poderia por si mesmo descobrir quem Jesus
realmente era.
Diante de
tais explicações de Jesus a Pedro, algumas lições podem nos ajudar em nossa experiência a respeito de
crer e de confessar que Jesus é o Cristo, o Filho do Deus vivo.
1ª) A
primeira é que ao se conhecer a Jesus como o
Cristo, o Filho de Deus vivo isto nos torna uma pessoa BEM AVENTURADA.
Ou seja,
saber por experiência própria quem Jesus é
traz felicidade ao coração.
Você pode
estar na igreja há muito tempo sem ter tido ainda a experiência de conhecer a
Jesus como o Cristo, o Filho do Deus vivo, daí a ausência da felicidade
espiritual.
Para você se
tornar um BEM AVENTURADO, é preciso
conhecer que JESUS é o Cristo, o Filho do Deus vivo, pois só o conhecimento de JESUS
assim é que alegra a alma.
2ª) A
segunda lição do texto é que conhecer a JESUS como o CRISTO não depende em nada
de nossa capacidade pessoal, de nosso potencial intelectual, de nosso grau de
cultura nem de qualquer outra ferramenta utilizada para desvendar outros
campos do conhecimento humano.
Uma vez Jesus
disse: graças de dou, o Pai, Senhor do
céu e da terra, porque ocultastes estas cousas aos sábios e instruídos e as
revelastes aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado (Mt
11.25-26).
Deus oculta
dos sábios e os sábios não conseguem saber, enquanto Deus revela aos não
sábios, e eles conseguem saber as coisas mais elevadas, inclusive conhecer que
Jesus, é o Cristo, o Filho do Deus vivo.
O conhecer
Jesus como o Cristo não está ao alcance do coração sábio, mas sim do coração
simples, e nem ao alcance da mente
erudita, mas sim da mente que se curva a revelação de Deus.
3º.) Em
terceiro lugar, conhecer a Jesus como o Cristo,
o Filho do Deus vivo é uma experiência que está a disposição do homem.
Pedro era um
ser humano, e a ele foi dada a benção de se tornar um BEM AVENTURADO ao lhe ser
revelado que Jesus era o Cristo, o Filho
do Deus vivo.
E da mesma
forma que tal conhecimento foi dado a Pedro, a João, a Paulo, e a tantas e
tantas pessoas depois do dia de pentecostes, momento a partir do qual o
evangelho passou a ser anunciado por toda a terra, este conhecer a Jesus como o Cristo, o Filho do Deus vivo pode ser
dado a nós hoje.
Para isto acontecer é preciso que a pregação do evangelho seja feita de tal forma que às pessoas Jesus seja apresentado como o Cristo, o Filho do Deus vivo, de modo que conhecendo-O assim experimentem a alegria de se tornarem BEM.
4º.) Finalmente,
em quarto lugar, conhecer a Jesus como o Cristo, o Filho do Deus vivo é uma
experiência reservada àqueles que recebem do próprio Deus a revelação necessária
para ver além do que os olhos humanos conseguem enxergar.
Pedro tinha
andado com Jesus durante muito tempo, e com Ele estado em vários momentos, mas
nada disto foi suficiente para que soubesse quem Jesus era em essência.
Para saber
tal verdade, o Pai que estava no céu
teve que lhe revelar.
A partir do
dia de pentecostes, quando o Espírito Santo foi derramado, Ele passou a ter a incumbência
ou o ministério de revelar aos homens que Jesus é o CRISTO, o FILHO DO DEUS
VIVO.
Se a pergunta de Jesus - e vós quem dizeis que eu sou - nos fosse dirigida hoje será que responderiamos de maneira correta, dizendo a verdadeira identidade de Cristo, identidade que realmente conhecemos, ou diríamos sua identidade somente porque a Bíblia nos revela de forma completa?
Mas uma é a realidade de dizer quem Jesus somente porque a Bíblia ensina, e outra porque nos foi dado conhecer o Cristo que a Escritura apresenta.
Mas uma é a realidade de dizer quem Jesus somente porque a Bíblia ensina, e outra porque nos foi dado conhecer o Cristo que a Escritura apresenta.
Em seu
evangelho João escreveu: Na verdade, fez
Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste
livro. Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o
Cristo, o Filho de Deus, e para
que, crendo, tenhais vida em seu nome (Jo
20.30-31).
Não há como ter vida no nome de Jesus sem crer em Jesus, e não há como crer em Jesus sem conhecê-Lo, conhecimento este que nos vem mediante a revelação do Santo Espírito de Deus.
Lutero Paiva Pereira
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