Com relativa freqüência os crentes vivem sob a pressão de
mensagens cobrando-lhes uma vida frutífera.
Os que levam a sério as exigências e a elas se dedicam sofrem com a impossibilidade de não serem frutíferos.
Não é incorreta a afirmativa dos pregadores de que Deus é glorificado
no fruto que os crentes manifestam. A
incorreção deles está no fato de exigirem que os crentes façam algo que não
conseguem por si mesmos, ou seja, frutificar.
Se você visse um galho de laranjeira no chão sendo cuidado
pelo chacareiro na expectativa de que ele produza laranja, sendo você uma
pessoa minimamente inteligente diria que o homem estava louco, pois uma vez que
o galho se desconectou da laranjeira ele não consegue produzir um fruto sequer.
Assim é o crente e sua dependência de Cristo, a saber, se ele
estiver desconectado de Cristo ele nada
pode fazer em termos de frutificação, por mais esforçado que se mostre.
Em lugar da cobrança no sentido de serem frutíferos, os crentes deveriam ser orientados pelas
mensagens em como frutificar, tendo por base o que a Palavra de Deus diz neste
sentido, e aí sim a frutificação aconteceria espontaneamente.
O que é preciso dizer é que o fruto que glorifica a Deus não é o fruto que o crente produz, mas sim o fruto que o crente simplesmente manifesta.
Há enorme diferença entre o crente produzir e o crente manifestar
fruto.
No primeiro caso, quando a pregação cobra do ouvinte a produção de fruto, o que está embutido
nesta exigência é que o crente deve se esforçar e se empenhar no processo de frutificar como se por suas próprias
forças fosse capaz de produzir algo para a glória de Deus.
Jesus, no entanto, já fez um alerta a respeito de mensagens
desta natureza quando disse: não pode o
ramo produzir fruto de si mesmo (Jo 15.4).
Portanto, você como ramo não tem a mínima condição de por si só produzir fruto algum para a glória de
Deus.
No segundo caso, isto é, o crente manifestar o fruto, as forças e o empenho pessoais neste caso não contam no
processo de frutificação, pois , na condição de ramo, ele simplesmente vai manifestar o fruto
que é da videira.
Desde logo o crente precisa saber que ramo algum produz fruto, mas somente a videira.
Desde logo o crente precisa saber que ramo algum produz fruto, mas somente a videira.
Vale observar as palavras de Jesus ditas neste sentido: quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá
muito fruto (Jo 15.5).
Ou seja, é o permanecer em Cristo e Cristo permanecer no crente é que torna este último frutífero.
Ou seja, é o permanecer em Cristo e Cristo permanecer no crente é que torna este último frutífero.
Portanto, a produção do fruto
é obra da videira, enquanto aos ramos cabe somente manifestar o fruto que
dela procede.
Ao contar a parábola da videira verdadeira, através da qual Jesus
se apresenta como a videira e chama os crentes de ramos, sua grande ênfase não
é exigir dos ramos que frutifiquem, mas sim que permaneçam nEle.
Ou seja, o segredo para o ramo ser frutífero consiste em
estar em Cristo, em permanecer ligado a Ele, caso contrário o ramo murcha,
fica sem vida, infrutífero e morre.
Sem mim, Jesus observa, nada pois fazer (Jo 15.5), ou seja, sem a videira o ramo não tem força
ou capacidade para frutificar.
Mas uma vez que o ramo permanece na videira, e a seiva da
videira permanece ou circula por ele, o fruto que dela procede será por ele manifestado, como Jesus alertou: quem
permanece em mim, e eu nele, esse dá muito fruto (Jo 15.5).
Se você tem tido vontade de frutificar para glorificar a Deus, mas este desejo se frustra a
cada nova tentativa pessoal, o que explica seu insucesso neste particular é que
você tem tentado por suas próprias forças produzir fruto que somente Cristo pode produzir.
Para sair da frustração e entrar numa vida de realização a única alternativa é voltar-se para Cristo, é permanecer em Cristo e aí sim, a vida de
Cristo em você produzirá o fruto que a Deus glorifica.
Se você permanecer em Cristo e Cristo permanecer em você,
você dará muito fruto, e sendo este
um fruto da videira verdadeira ele glorificará
a Deus.
Troque, portanto, o esforço de produzir fruto pelo o de permanecer
na videira para manifestar fruto que dela decorre para que tudo seja diferente.
Se você não se esquecer que o fruto é da videira verdadeira e não do ramo, e como ramo se lembrar de permanecer
na videira sempre, sua vida será frutífera e Deus será glorificado.
Afinal, Jesus nunca exigiu que seus discípulos fizessem algo
que Ele não lhes desse condições de fazer, dentre elas frutificar.
Lutero de Paiva Pereira
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