terça-feira, 30 de outubro de 2012

ENCONTRANDO DESCANSO PARA A ALMA

Vinde a mim (Mt 11.28) foi um dos convites mais pessoais feitos por Jesus Cristo aos homens. 
Quais eram os convidados? Todos aqueles que estivessem numa situação ruim de cansaço e opressão.  Qual o objetivo da chamada a Si de tais pessoas? Dar-lhes descanso para a alma. 
Mas em razão do que os convidados estavam assim debilitados e exaustos? 
Simplesmente porque carregavam fardos religiosos severos e pesados, os quais sugavam suas energias enquanto tentavam cumprir mandamentos meramente humanos.
Mais tarde o apóstolo Paulo vai alertar os colossenses sobre os perigos de se sujeitarem a ordenanças, tais como não manuseies isto, não proves aquilo, não toque aquiloutro (Cl 2.20-21), exatamente por se tratarem de preceitos e doutrinas dos homens, as quais pelo uso se destroem (Cl 2.23).
O escritor ainda vai mais longe para dizer que tais cousas, com efeito, têm aparência de sabedoria, como culto de si mesmo, e de falsa humildade, e de rigor ascético; todavia não tem valor algum contra a sensualidade (Cl 2.23).
Jesus olha as multidões e vê entre eles homens e mulheres exaustos, debilitados, enfraquecidos, sem força alguma para continuarem a levar as cargas de um legalismo religioso que esfacela os que a ele se dedicam.
Jesus orienta os convidados trazerem seus fardos pesados para serem trocados por um  fardo leve (Mt 11.30), desfazendo-se daqueles os faz encurvar pelo esforço que têm que empreender para levá-los adiante.
Aquele que  hoje está cansado e sobrecarregado enquanto seriamente se dedica à sua religião, o convite de Jesus ainda é o mesmo e seus efeitos também, ou seja, vinde a mim e, então, encontrareis descanso para vossas almas. 
Quem ouve o convite e prontamente responde ao seu chamado, terá suas forças revitalizadas para continuar, com alegria, caminhar em direção a Deus.
Quem pensa que religião não cansa está redondamente enganado. Afinal, quando ela faz exigências aos seus adeptos, exigências que eles não conseguem cumprir, mas se esforçam por satisfazer porque têm medo de Deus, é porque nunca viu um religioso esgotado.
Cansaço, fadiga, enfraquecimento, debilidade é algo muito ruim, pois não há coisa pior do que perder as forças, a energia e o vigor.
O cansaço pode atingir o físico ou a alma, ou até mesmo os dois ao mesmo tempo, e quando isto acontece é porque a pessoa está levando um peso superior a sua capacidade de suportar.
Quem vai além das forças paga um preço muito alto em sua saúde física, emocional e espiritual.
Quando o cansaço se instala isto é sinal vindo do corpo ou da alma dizendo de que o esgotamento chegou ou está próximo de se instalar, de modo que o  melhor a fazer é correr logo em direção ao socorro.
Nas olimpíadas de Los Angeles (1984) ficou famosa a chegada da atleta suíça Gabriele Andersen que entrou cambaleante no estádio totalmente exausta depois de correr o percurso da maratona feminina.
Este quadro demonstrou o que o cansaço, a exaustão e a perda das forças pode fazer até mesmo com um atleta que é treinado para suportar grandes desafios físicos.
No mundo religioso tem muito “atleta” cambaleante que precisa encontrar-se rapidamente com o Médico que lhe repare as forças imediatamente e retire de sobre si o peso que carregam, pois estão prestes a cair.
Gente que vive o desgaste de carregar mais peso do que consegue suportar; gente que está perdendo as forças e a energia enquanto empurra uma carga religiosa que lhe foi posta ou que ela mesma colocou sobre os próprios ombros; gente que foi pouco a pouco se sobrecarregando, até com boa intenção, de ideias e preceitos que as Escriturar Sagrada nem autorizam nem exigem dos crentes.
E nessa história toda de cansaço uns não sabem o que fazer com o fardo que carregam, enquanto outros têm medo de se desfazer do peso  julgando que serão punidas por Deus caso deixem o que sua religião exige.
Toda religião ou religiosidade traz a idéia do homem se esforçar no cumprimento de normas e preceitos com o objetivo de adquirir ou de conquistar o direito de ser abençoado por Deus, o que em si mesmo é uma proposta que a Bíblia não aprova.
A religião ou a religiosidade sempre está apresentando aos seus adeptos mais um conjunto de leis e mandamentos do que propriamente a pessoa de Cristo, e quando eles  se voltam mais para leis do que para Cristo, o fim de sua caminha é cansaço e abatimento de alma.
Quanto mais elas se dedicam à perfeição mais fica evidenciada diante dos próprios olhos sua imperfeição, o que gera tormento e novo esforço, e novo propósito, e novo desafio que acaba em nada.
Tais pessoas se esquecem que Deus não as aceita por seus próprios sacrifícios, mas sim por crerem no sacrifício de Cristo feito por elas na cruz.
Agindo assim  a religião vende alívio mas entrega cansaço a suas vítimas, pois só em Cristo elas podem ter o verdadeiro descanso.
Foi a  pessoas assim que Jesus Cristo quis e quer dar alívio, convidando-as a um encontro pessoal com Ele, pois Ele e somente nEle é que a alma pode encontrar o alívio que precisa.
Jesus não chama a pessoa para ir a um novo conjunto de normas, de leis, de preceitos ou de cerimônias. Ele também não faz um convite para as pessoas simplesmente mudarem de religião, porque é exatamente da religião que o convite as quer libertar. O convite  traz consigo a ideia de um encontro pessoal entre o convidado e aquele que convida, ou seja, entre aquele que está cansado e Aquele que pode lhe dar descanso.
E o convite é feito sem nenhuma condição imposta ao convidado, tal como: vinde a mim depois que você melhorar; ou vinde a mim depois que você fizer isto ou aquilo. Não. O convite é direto: cansado, vinde a mim e eu o aliviarei.
E se Cristo convida é porque ele quer que você vá a Ele para que tenha o descanso que Ele oferece.
Portanto, o processo de ver-se livre de cargas e peso é ouvir e aceitar o convite de Jesus que diz: vinde a mim.
 Lutero de Paiva Pereira

Nenhum comentário:

Postar um comentário