Existem situações de estresse impossíveis de
serem evitadas, pois estão na categoria das coisas comuns e próprias da
existência humana, mas é fato que existem também aquelas que são produzidas por
tensões, preocupações, ansiedades, etc., perfeitamente evitáveis.
O estresse da santificação, por exemplo, está
na categoria das situações não comuns e, portanto, plenamente possível de se viver
sem ele.
Mesmo considerando que o estresse da
santificação pode ser evitado, a quantidade de crentes estressados porque suas energias
foram consumidas no processo de viver uma vida santa diante de Deus não é
pequeno.
Em face disto a pergunta que se faz é: teria
Deus prescrito em sua Palavra uma conduta a ser observada por seus filhos que
levada a sério geraria o estresse?
Se a resposta for negativa, e parece não ter
como ser positiva como se explicar tanto estresse na santificação!?
O estresse ou o esgotamento de forças tão
comum nos crentes tem como explicação, salvo melhor juízo, o fato deles desejarem
se santificar à custa somente do esforço pessoal, comportamento ou atitude que
precisa ser revisto desde logo.
Quando as pregações insistem com seus
ouvintes no sentido de desenvolverem uma vida santa, elas o fazem porque a
Bíblia mesmo diz que a santificação é a vontade de Deus para os seus filhos: Porque esta é a vontade
de Deus, a vossa santificação; que vos abstenhais da prostituição (1 Ts 4.3).
No entanto,
é preciso que os ouvintes sejam também orientados a se valerem da força vinda
de Deus, mediante o Espírito Santo, para se santificarem, sob o risco de assim
não fazendo serem responsáveis pelo estresse de muitos fiéis.
Deste modo,
para cumprir o propósito de levar os crentes a uma santificação não estressante,
as mensagens devem apontar a fonte gerada da força que necessitarão para se
darem bem em todo o processo, observando o que a Escritura diz a este respeito.
O apóstolo Paulo escreve: Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito
mortificardes as obras do corpo, vivereis (Rm 8.13).
Não há
dúvida que o mortificar as obras do corpo
resulta, em última análise, em santificação do crente quando ele não mais se
deixa levar pelos ímpetos da carne.
No entanto, é
bem verdade que essa mortificação da
carne não tem como ser feita pelo esforço pessoal, como se o crente dispusesse
de força suficiente em si mesmo para este combate contra carne. Pelo contrário,
a força necessária e indispensável para ele modificar as obras da carne vem do Espírito Santo.
Quando o
texto diz que é pelo Espírito que se
deve mortificar os feitos fica claro que a mortificação é feita pelo crente, sim, mas por intermédio do
Espírito ou mediante a ajuda que Espírito lhe concede, de modo que é por imtermédio do poder
do Espírito que a mortificação se realiza a cada dia.
Se é pelo
poder do Espírito e não pelo poder do próprio crente que a mortificação se dá,
então não há como se falar em esgotamento pessoal na santificação.
A toda evidência, portanto, sem que seja por intermédio do Espírito ou do poder que vem do Espírito, o crente não terá
como mortificar as obras da carne e tentar
fazê-lo de modo diverso resultará em fracasso certo.
Desta forma, já que Deus prescreveu o processo,
isto é, a santificação e providenciou o meio para que ela aconteça, ou seja,
por intermédio do Espírito, o crente não deve se aventurar pelo caminho do
esforço pessoal para fazer algo que somente por meio do Espírito será
capacitado a tanto.
Na santificação o melhor a fazer é seguir a
orientação apostólica de se revestir de Cristo: Mas
revesti-vos do Senhor Jesus Cristo, e não tenhais cuidado da carne em suas
concupiscências (Rm 13.14).
Afinal, é por
meio deste revestimento que o poder lhe será comunicado para lutar contra a
concupiscência, e isto sem estresse.
Vale lembrar
que certa vez Jesus disse aos seus discípulos: Estai em mim, e eu
em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira,
assim também vós, se não estiverdes em mim. Eu sou a videira, vós as varas;
quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis
fazer (Jo 15.4-5).
Este sem mim nada podeis fazer alcança toda a
vida cristã, inclusive a santificação.
Se você está
vivendo uma santificação estressante o melhor a fazer é parar imediatamente o
processo, voltar-se para Cristo e dEle se revestir para viver de forma sadia e
vitoriosa e através dEle poder ser santo.
Lutero de
Paiva Pereira
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