quinta-feira, 3 de maio de 2012

ESTRESSE NA SANTIFICAÇÃO

A palavra estresse foi tomada emprestada da engenharia e significa a capacidade de suportar pressão. Deste modo, quando se diz que uma pessoa está estressada a idéia que se quer transmitir com tal afirmativa é que suas forças físicas ou emocionais foram esgotadas por não suportarem a carga de uma situação de enfrentamento difícil.
Existem situações de estresse impossíveis de serem evitadas, pois estão na categoria das coisas comuns e próprias da existência humana, mas é fato que existem também aquelas que são produzidas por tensões, preocupações, ansiedades, etc., perfeitamente evitáveis.
O estresse da santificação, por exemplo, está na categoria das situações não comuns e, portanto, plenamente possível de se viver sem ele.
Mesmo considerando que o estresse da santificação pode ser evitado, a quantidade de crentes estressados porque suas energias foram consumidas no processo de viver uma vida santa diante de Deus não é pequeno.
Em face disto a pergunta que se faz é: teria Deus prescrito em sua Palavra uma conduta a ser observada por seus filhos que levada a sério geraria o estresse?
Se a resposta for negativa, e parece não ter como ser positiva como se explicar tanto estresse na santificação!?
O estresse ou o esgotamento de forças tão comum nos crentes tem como explicação, salvo melhor juízo, o fato deles desejarem se santificar à custa somente do esforço pessoal, comportamento ou atitude que precisa ser revisto desde logo.
Quando as pregações insistem com seus ouvintes no sentido de desenvolverem uma vida santa, elas o fazem porque a Bíblia mesmo diz que a santificação é a vontade de Deus para os seus filhos: Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação; que vos abstenhais da prostituição (1 Ts 4.3).
No entanto, é preciso que os ouvintes sejam também orientados a se valerem da força vinda de Deus, mediante o Espírito Santo, para se santificarem, sob o risco de assim não fazendo serem responsáveis pelo estresse de muitos fiéis.
Deste modo, para cumprir o propósito de levar os crentes a uma santificação não estressante, as mensagens devem apontar a fonte gerada da força que necessitarão para se darem bem em todo o processo, observando o que a Escritura diz a este respeito.
O apóstolo Paulo escreve: Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis (Rm 8.13).
Não há dúvida que o mortificar as obras do corpo resulta, em última análise, em santificação do crente quando ele não mais se deixa levar pelos ímpetos da carne.
No entanto, é bem verdade que essa mortificação da carne não tem como ser feita pelo esforço pessoal, como se o crente dispusesse de força suficiente em si mesmo para este combate contra carne. Pelo contrário, a força necessária e indispensável para ele modificar as obras da carne vem do Espírito Santo.
Quando o texto diz que é pelo Espírito que se deve mortificar os feitos fica claro que a mortificação é feita  pelo crente, sim, mas por intermédio do Espírito ou mediante a ajuda que Espírito  lhe concede, de modo que é por imtermédio do poder do Espírito que a mortificação se realiza a cada dia.
Se é pelo poder do Espírito e não pelo poder do próprio crente que a mortificação se dá, então não há como se falar em esgotamento pessoal na santificação.
A toda evidência, portanto, sem que seja por intermédio do Espírito ou do poder que vem do Espírito, o crente não terá como mortificar as obras da carne e tentar fazê-lo de modo diverso resultará em fracasso certo.
Desta forma, já que Deus prescreveu o processo, isto é, a santificação e providenciou o meio para que ela aconteça, ou seja, por intermédio do Espírito, o crente não deve se aventurar pelo caminho do esforço pessoal para fazer algo que somente por meio do Espírito será capacitado a tanto.
Na santificação o melhor a fazer é seguir a orientação apostólica de se revestir de Cristo: Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo, e não tenhais cuidado da carne em suas concupiscências (Rm 13.14).
Afinal, é por meio deste revestimento que o poder lhe será comunicado para lutar contra a concupiscência, e isto sem estresse.
Vale lembrar que certa vez Jesus disse aos seus discípulos: Estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim. Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer (Jo 15.4-5).
Este sem mim nada podeis fazer alcança toda a vida cristã, inclusive a santificação.
Se você está vivendo uma santificação estressante o melhor a fazer é parar imediatamente o processo, voltar-se para Cristo e dEle se revestir para viver de forma sadia e vitoriosa e através dEle poder ser santo.
Lutero de Paiva Pereira

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