segunda-feira, 3 de junho de 2013

CRENTE PODE SER ENFEITIÇADO

Manter-se espiritualmente livre requer o esforço de não se deixar levar por mensagens que enganando a alma a desviam da verdade, colocando-a em prisão espiritual de grande sofrimento.
É preciso saiber que o  crente pode sim ser enfeitiçado. E o feitiço no caso consiste em fazê-lo procurar fora de Cristo aquilo que só em Cristo ele pode achar, de modo que aquele que atender tais apelos perderá a liberdade que Cristo lhe ofereceu na salvação.

A liberdade é considerada um dos bens mais valiosos da vida e o perigo de se tornar prisioneiro de algo ou de alguém no mundo religioso é sempre presente.

A liberdade cristã é vendida por preço muito baixo e recomprada por valor muito alto pelos crentes, de modo que é prudente estar vigilante sempre para não perdê-la.Lembre-se, pois, da história de Esaú que vendeu seu direito de primogenitura por um valor inexpressivo, e nunca mais foi capaz de readquiri-lo para que lhe sirva de alerta quando alguns mensageiros ou mensagens querem demovê-lo de Cristo.
Biblicamente falando o pecado e a religião são tidos como dois escravizadores do homem, dos quais não tem como se ver livre senão através do crer em Jesus Cristo e de permanecer crendo nEle sempre.
Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará (Jo 8.32) foi uma das máximas prometidas por Cristo a homens e mulheres aprisionados por uma religião que corroía suas forças, escravizando-as a práticas que não lhes traziam nada de espiritualmente proveitoso.
Feito livre por meio do poder da verdade o pecador manter-se-á livre se não se desviar da verdade, pois a verdade que liberta é a mesma que mantem o homem livre.
Uma carta apropriada para ser estudada com o objetivo de entender bem o mecanismo  de trocar a liberdade pela prisão, é aquela escrita por Paulo aos gálatas.
Os gálatas haviam sido feitos livres por Cristo e, no entanto, passado algum tempo começavam a voltar a escravidão religiosa de antes de sua conversão.

Quando Paulo percebeu isto ele foi bastante incisivo com eles escrevendo: Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não submetais, de novo, a jugo de escravidão (Gl 5.1).
Este versículo demonstra três verdades essenciais:
A primeira é que Cristo é o libertador do homem, pois Paulo diz expressamente: foi para a liberdade que Cristo nos libertou.
Sobre essa ação libertadora de Cristo em favor do pecador o profeta Isaías havia predito: O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas-novas aos quebrantados, enviou-me a curar os quebrantados de coração, a proclamar libertação aos cativos e por em liberdade os algemados (Isa 61.1).
Proclamar libertação aos cativos e por em liberdade os algemados seria o ministério dAquele que fora ungido por Deus para este fim.
Proclamar libertação aos cativos faz parte do evangelho de Cristo, pois só o evangelho tem em si mesmo poder mais que suficiente para livrar o homem de todos os seus escravizadores.

A segunda verdade constante do versículo acima citado é que  Cristo liberta o homem para o homem ser livre e manter-se livre. Paulo escreve: Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. 
Noutras palavras, Cristo nos liberta para termos liberdade e não para voltarmos a ser escravo de algo novo.
Cristo liberta o homem para o homem manter-se livre de qualquer religiosidade encarceradora, pois toda pratica religiosa tende a escravizar seu praticante.
Em terceiro lugar o verso nos mostra que  os gálatas ao invés de se manterem livres com a liberdade que Cristo lhes havia concedido, eles estavam voltando à antiga escravidão religiosa, deixando-se algemar por práticas que não tinham nenhum proveito espiritual.
O apóstolo os adverte: permaneceis, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão.
Quando Paulo diz para eles não se submeterem de novo a jugo de escravidão a expressão “de novo” indica que um dia eles foram escravos, pois só tem razão de dizer de novo para quem um dia havia sido aquilo que não deveria ser mais.
E se os gálatas voltassem à escravidão religiosa de antes, diz o apóstolo, eles cairiam da graça (Gl 5.4).
É bom entender que a religião derruba o homem da graça.

Que escravidão era esta que os gálatas estavam na iminência de voltar depois de terem sido libertos por Cristo? A resposta é: judaísmo.
Dando ouvido a falsos mestres os gálatas estavam abandonando a liberdade que tinham recebido de Cristo, a qual os havia libertado do ritual de guardar dias, meses, festas, etc., para outra vez voltarem as essas coisas, inclusive, circuncisão, como se elas tivessem poder que em Cristo não haviam encontrado.
Em razão disto Paulo chama os gálatas de loucos e enfeitiçados: Ó gálatas insensatos! Quem vos fascinou...?  (Gl 3.1).
No original a palavra fascinar é enfeitiçar.
Não sabemos se os gálatas deram mais ouvidos a Paulo do que aos falsos mestres; se eles continuaram a confiar em Cristo ao invés de se fiarem no judaísmo; se permaneceram na liberdade ou se se deixaram escravizar; se se mantiveram na graça ou se dela caíram.
Ainda hoje a liberdade cristã corre risco, pois não é pequeno o número de ensinos que fazem os crentes colocarem em risco a liberdade que vem de Cristo, fazendo-os crer que devem cumprir este ou aquele ritual e mandamento como condição para serem mais abençoados por Deus do que já foram abençoados em Cristo Jesus.
Em razão disto a pergunta que se impõe é a seguinte: Como saber se o feitiço não nos pegou, tornando-nos escravos?
Embora o processo de sondagem não seja de verificação simples é bom examinar, por exemplo, onde está o nosso verdadeiro descanso. Se ele é total e unicamente centrado em Cristo ou em Cristo e em outras coisas que pensamos fazer como ler a Bíblia, freqüentar reuniões, orar, jejuar, dar ofertas, guardar dia, etc. para Deus nos amar mais do que já nos ama por estarmos em Cristo.
Se você pensa que Cristo não é suficiente para oferecer tudo que Deus já lhe oferecei nEle, de modo que tem ainda que fazer certos votos, rituais, desafios, etc., para ter mais méritos a ponto de convencer Deus a olhar para você de modo mais especial, é bem provável que você já caiu da graça e está escravizado a coisas que nao levam a lugar nenhum, a não ser para longe da graça divina.
Portanto, mostram-se atuais as palavras do apóstolo: Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão.
Lute para manter-se livre fixando seus olhos e seu descanso em Cristo, pois fora dEle não há a menor possibilidade de encontrar a liberdade que somente Ele é capaz de oferecer.
Não tema, pois, a ideia popular de feitiço mas tema sim, a ideia bíblica de feitiço que é a atuação de doutrinas estranhas que desviam o coração do ouvinte da pessoa do Salvador.
Lutero de Paiva Pereira

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