quarta-feira, 10 de abril de 2013

ALGO MELHOR A ESPERAR



A máxima popular de que a esperança é a última que morre aponta para a importância desse sentimento e, como sabemos, de seus efeitos positivos na vida.
Dizer que a esperança é a última que morre indica que ela sustenta a vida, e que quando a esperança morre ficam evidentes os sinais que indicam o fim.
Vivendo num mundo cercado de desastres naturais e sociais que trazem surpresas desagradáveis, verdadeiros ladrões da esperança, com muita frequência a sensação de que o futuro será pior do que o presente retira o sono e acaba com os sonhos. A pessoa desesperançada se torna triste, adoece, perde as forças e começa a ver em preto-branco onde antes enxergava colorido.
Uma pessoa sem esperança é um navio em vias de afundamento.
Olhando o mundo e sua história é possível dizer que não há expectativa de dias melhores sobre a terra, ainda que o desenvolvimento cultural e o avanço tecnológico tenham trazido nos últimos tempos melhoras significativas em vários ambientes da vida.
Mas mesmo se o mundo continuasse a melhorar a ponto de se poder imaginar que futuramente tudo seria excelente, ainda assim a realidade não seria muito diferente do que é hoje, porque a morte, o sofrimento, a dor, a desilusão ainda continuariam a existir no Planeta.
Com efeito,  parte do desespero que o homem  experimenta não vem necessariamente dos fatores externos adversos estão próximo dele, ou seja, do mundo que o cerca, mas sim do próprio coração, ou seja, do seu chamado mundo interior.
É comum a pessoa sentir desespero mesmo quando as circunstâncias ou o que está ao seu redor se mostra em ordem.
Sendo assim, onde encontrar uma fonte segura para comunicar esperança à alma que está  a ponto de afundar sob a pressão das águas do desespero?
A resposta mais certa nos leva a pensar no evangelho ou nas boas novas trazidas por de Jesus Cristo.
Biblicamente falando o evangelho é essencialmente uma mensagem de esperança, pois o que ele tem de melhor está reservado e aponta para o  futuro. E ainda que esse futuro possa parecer distante  isto não importa, desde que se possa ter certeza de que um dia ele será real.
Embora muitas coisas boas o evangelho ofereça desde logo aos salvos no momento em que nele creem, é possível dizer que o melhor e mais significativo que o evangelho propõe para o homem está no tempo que se aguarda chegar.
O apóstolo Pedro falando sobre sua expectativa em relação ao futuro que a fé  comunica, é enfático em afirmar que ele e, com ele, todos os crentes, considerando o que Deus prometeu no Antigo Testamento, devem esperar novos céus e nova terra, nos quais habita justiça (2 Pe 3.13).
Destas palavras inspiradas do escritor sagrado se entende que há sim uma nova terra a esperar os filhos de Deus para uma morada eterna e feliz, lugar aprazível por ser uma terra onde a justiça divina habitará, ou seja, onde as coisas funcionarão de acordo com os preceitos estabelecidos por Deus, o que garantirá uma ordem social jamais provada pelo homem.
Por sua vez, os habitantes dessa nova terra se sentirão bem ali porque foram feitos novas criaturas  quando gerados de novo pela fé em Jesus Cristo, e ao serem glorificados ao tempo da volta de Cristo estarão aptos para o novo mundo. A glorificação implicará em ter uma natureza humana livre do pecado e, portanto, sem qualquer hostilidade aos princípios de Deus assegurando prazer em observar os retos preceitos do Senhor.
A certeza de que essa nova terra enfim será uma realidade palpável decorre do fato de que Deus prometeu que fará isto, e Sua promessa contida no Antigo e reprisada no Novo Testamento ao seu tempo se cumprirá.
E tendo em conta que muitas promessas divinas contidas no Antigo Testamento já foram cumpridas como, por exemplo, a própria vinda de Jesus ao mundo, os crentes podem ter certeza de que a promessa antiga de que haverá uma nova terra será cumprida, seguindo a máxima contida na Escritura de que Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa (Ne 23.19), de modo que aquilo que prometeu Ele fará.
Tendo em conta que Deus não mente e nem se arrepende de haver prometido, e tendo prometido cumpre integral e plenamente o que prometeu, vale esperar pela nova terra que Deus, por intermédio do profeta Isaias, disse que um dia trará a existência para felicidade dos seus filhos: Eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá lembrança das cousas passadas, jamais haverá memória delas. (Isa 65.17)
No último livro da Bíblia seu autor, o apóstolo João, diz que viu novo céu e a nova terra (Ap 21.1), uma vez que o primeiro céu e a primeira terra, a saber, a terra como hoje a experimentamos passaram para dar espaço ao surgimento de um novo ambiente.
E esse novo ambiente será tão majestoso que o próprio Deus, conforme João relata nos versos 2 e 3, descerá dos céus  para  tabernacular com os homens para sempre.
E porque Deus mesmo se fará presente na nova terra em morada eterna com os homens, João afirma que Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas.
Uma terra sem morte, nem pranto, nem dor, nem lágrimas de dor, parece ser um lugar realmente muito bom para se viver.
Portanto, à luz da Escritura e considerando as boas novas de Deus presentes na obra e na pessoa de Jesus, é possível em meio a uma terra que engole a esperança, como é o caso da terra atual,  ser tomado pela expectativa de algo melhor, a saber, a nova terra como habitação eterna dos salvoso que acontecerá ao tempo da segunda volta de Cristo.
Lá no Antigo Testamento o salmista inicia seu salmo 23 dizendo:  O Senhor é o meu pastor, nada me faltará (v.1). E ao concluir ele afirma: a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do SENHOR por longos dias (v.6).
Quem pela fé em Cristo passou a tê-lo como seu pastor poderá, à semelhança do salmista, estar seguro que habitará na casa do Senhor para sempre, e isto porque por todo o tempo de sua existência nesta terra passageira a misericórdia do Senhor sempre o seguiu.
Paulo escreve dizendo que uma vez que Cristo ressuscitou dentre os mortos, Cristo mesmo nos ressuscitará para estarmos para sempre com Ele. E com esta expectativa de viver para sempre com Cristo os crentes deveriam se consolar e se confortar uns aos outros: Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem, Deus os tornará a trazer com ele. Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem.  Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.  Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras (1 Ts 4:14-18).
Aos que creram em Jesus Cristo há, portanto, algo melhor a esperar, ou seja, uma  nova terra onde Deus habitará conosco para todo o sempre e é na esperança que fomos salvos (Rm 8.24).
Se você está passando por uma fase de desespero interior, deixe-se dominar por aquilo que é verdadeiro e que no futuro próximo será real, ou seja, que Cristo voltará e inaugurará aqui uma nova terra que será a morada eterna e prazerosa dos salvos. Espere por aquilo que Deus prometeu, sonhe com isto, pense nisto e seu ânimo de viver poderá ser reforçado ou, se o caso, simplesmente retomado.

Lutero de Paiva Pereira
Membro da Igreja Presbiteriana Central - IPB-Central
 Maringá – PR
luteroadv@gmail.com





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