A máxima popular de que a
esperança é a última que morre aponta para a importância desse sentimento e, como sabemos, de seus efeitos positivos na vida.
Dizer que a esperança é a
última que morre indica que ela sustenta a vida, e que quando a esperança morre ficam evidentes os sinais que indicam o fim.
Vivendo num mundo cercado
de desastres naturais e sociais que trazem surpresas desagradáveis, verdadeiros
ladrões da esperança, com muita frequência a sensação de que o futuro será pior
do que o presente retira o sono e acaba com os sonhos. A pessoa desesperançada
se torna triste, adoece, perde as forças e começa a ver em preto-branco onde antes
enxergava colorido.
Uma pessoa sem esperança
é um navio em vias de afundamento.
Olhando o mundo e sua
história é possível dizer que não há expectativa de dias melhores sobre a
terra, ainda que o desenvolvimento cultural e o avanço tecnológico tenham
trazido nos últimos tempos melhoras significativas em vários ambientes da vida.
Mas mesmo se o mundo
continuasse a melhorar a ponto de se poder imaginar que futuramente tudo seria excelente, ainda assim a realidade não seria muito diferente do que é hoje, porque a morte, o sofrimento, a dor, a desilusão
ainda continuariam a existir no Planeta.
Com efeito, parte do desespero que o homem experimenta não vem necessariamente
dos fatores externos adversos estão próximo dele, ou seja, do mundo que o cerca, mas sim do
próprio coração, ou seja, do seu chamado mundo interior.
É comum a pessoa sentir
desespero mesmo quando as circunstâncias ou o que está ao seu redor se
mostra em ordem.
Sendo assim, onde encontrar uma fonte segura para comunicar esperança à alma que está a ponto de
afundar sob a pressão das águas do desespero?
A resposta mais certa nos leva a pensar no evangelho ou nas boas novas trazidas por de Jesus Cristo.
Biblicamente falando o
evangelho é essencialmente uma mensagem de esperança, pois o que ele tem de
melhor está reservado e aponta para o futuro. E ainda que esse futuro possa parecer distante isto não importa, desde que se possa ter certeza
de que um dia ele será real.
Embora muitas coisas boas
o evangelho ofereça desde logo aos salvos no momento em que nele creem, é
possível dizer que o melhor e mais significativo que o evangelho propõe para o homem
está no tempo que se aguarda chegar.
O apóstolo Pedro falando
sobre sua expectativa em relação ao futuro que a fé comunica, é enfático em
afirmar que ele e, com ele, todos os crentes, considerando o que Deus prometeu
no Antigo Testamento, devem esperar novos céus e nova terra, nos quais
habita justiça (2 Pe 3.13).
Destas palavras
inspiradas do escritor sagrado se entende que há sim uma nova terra a
esperar os filhos de Deus para uma morada eterna e feliz, lugar aprazível por
ser uma terra onde a justiça divina habitará, ou seja, onde as
coisas funcionarão de acordo com os preceitos estabelecidos por Deus, o que garantirá uma ordem social jamais provada pelo homem.
Por sua vez, os habitantes dessa nova terra se sentirão bem ali porque foram feitos novas criaturas quando gerados de novo pela fé em Jesus Cristo, e ao serem glorificados ao tempo da volta de Cristo estarão aptos para o novo mundo. A glorificação implicará em ter uma natureza humana livre do pecado e, portanto, sem qualquer hostilidade aos princípios de Deus assegurando prazer em observar os retos preceitos do Senhor.
A certeza de que essa nova terra enfim será uma realidade palpável decorre do fato de que Deus prometeu que fará isto, e Sua promessa contida no Antigo e reprisada no Novo Testamento ao seu tempo se cumprirá.
Por sua vez, os habitantes dessa nova terra se sentirão bem ali porque foram feitos novas criaturas quando gerados de novo pela fé em Jesus Cristo, e ao serem glorificados ao tempo da volta de Cristo estarão aptos para o novo mundo. A glorificação implicará em ter uma natureza humana livre do pecado e, portanto, sem qualquer hostilidade aos princípios de Deus assegurando prazer em observar os retos preceitos do Senhor.
A certeza de que essa nova terra enfim será uma realidade palpável decorre do fato de que Deus prometeu que fará isto, e Sua promessa contida no Antigo e reprisada no Novo Testamento ao seu tempo se cumprirá.
E tendo em conta que
muitas promessas divinas contidas no Antigo Testamento já foram cumpridas como,
por exemplo, a própria vinda de Jesus ao mundo, os crentes podem ter certeza de
que a promessa antiga de que haverá uma nova terra será
cumprida, seguindo a máxima contida na Escritura de que Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se
arrependa (Ne 23.19), de modo que aquilo que prometeu Ele fará.
Tendo em conta que Deus
não mente e nem se arrepende de haver prometido, e tendo prometido cumpre
integral e plenamente o que prometeu, vale esperar pela nova terra que
Deus, por intermédio do profeta Isaias, disse que um dia trará a existência para
felicidade dos seus filhos: Eis que eu
crio novos céus e nova terra; e não haverá lembrança das cousas passadas,
jamais haverá memória delas. (Isa
65.17)
No último livro da Bíblia
seu autor, o apóstolo João, diz que viu novo céu e a nova terra (Ap
21.1), uma vez que o primeiro céu e a primeira terra, a saber, a terra como
hoje a experimentamos passaram para dar espaço ao surgimento de
um novo ambiente.
E esse novo ambiente será
tão majestoso que o próprio Deus, conforme João relata nos versos 2 e 3, descerá
dos céus para tabernacular com os homens para sempre.
E porque Deus mesmo se
fará presente na nova terra em morada eterna com os homens,
João afirma que Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá
mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são
passadas.
Uma terra sem morte, nem
pranto, nem dor, nem lágrimas de dor, parece ser um lugar realmente muito bom
para se viver.
Portanto, à luz da
Escritura e considerando as boas novas de Deus presentes na obra e na pessoa de
Jesus, é possível em meio a uma terra que engole a esperança, como é o caso da
terra atual, ser tomado pela expectativa de algo melhor, a saber, a nova
terra como habitação
eterna dos salvos, o que acontecerá ao tempo da segunda volta de
Cristo.
Lá no Antigo Testamento o
salmista inicia seu salmo 23 dizendo: O Senhor é o meu pastor, nada me
faltará (v.1). E ao concluir ele afirma: a bondade e a
misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do
SENHOR por longos dias (v.6).
Quem pela fé em Cristo
passou a tê-lo como seu pastor poderá, à semelhança do salmista, estar seguro
que habitará na casa do Senhor para sempre, e isto porque por todo
o tempo de sua existência nesta terra passageira a misericórdia do Senhor
sempre o seguiu.
Paulo escreve dizendo que
uma vez que Cristo ressuscitou dentre os mortos, Cristo mesmo nos ressuscitará
para estarmos para sempre com Ele. E com esta expectativa de viver para sempre
com Cristo os crentes deveriam se consolar e se confortar uns aos outros: Porque,
se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem,
Deus os tornará a trazer com ele. Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra do
Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos
os que dormem. Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com
voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo
ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados
juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim
estaremos sempre com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos
outros com estas palavras (1 Ts 4:14-18).
Aos que creram em Jesus
Cristo há, portanto, algo melhor a esperar, ou seja, uma nova
terra onde Deus habitará conosco para todo o sempre e é na esperança
que fomos salvos (Rm 8.24).
Se você está passando por
uma fase de desespero interior, deixe-se dominar por aquilo que é verdadeiro e
que no futuro próximo será real, ou seja, que Cristo voltará e inaugurará aqui
uma nova terra que
será a morada eterna e prazerosa dos salvos. Espere por aquilo que Deus
prometeu, sonhe com isto, pense nisto e seu ânimo de viver poderá ser reforçado
ou, se o caso, simplesmente retomado.
Lutero de
Paiva Pereira
Membro da
Igreja Presbiteriana Central - IPB-Central
Maringá – PR
luteroadv@gmail.com
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