Só
tem presente quem tem futuro e quem tem futuro excelente tem presente muito bom,
pois o efeito do futuro no presente é inegável.
Esta
afirmativa pode ser aplicada em qualquer campo da vida,
pois aquilo que se espera, aquilo que se deseja obter, a expectativa que se
carrega em relação a algo novo, é um combustível para a alma no dia de hoje.
O futuro bom constrói o presente, mas o futuro ruim o destrói.
Pergunte
a um condenado a pena de morte como é o seu presente e você verá como a
expectativa de um amanhã terrível torna insuportável o dia de hoje.
Embora
não seja bom fixar-se demasiadamente no amanhã, sob pena de se perder o hoje, não é bom deixar de olhar para o futuro, mesmo porque uma pessoa que não
sonha, não tem nada porque esperar pode mergulhar num pesadelo de grande sofrimento.
Biblicamente
falando o crente é sempre estimulado a viver em direção ao scaton, as últimas coisas, o que se observa desde o início da
história quando Deus promete salvação ao homem (Gn 3.15), até o fim dela quando João vê
a nova terra que virá (Ap 21.1).
Se
é certo dizer que o homem não tem domínio sobre o futuro é correto afirmar que
o futuro tem domínio sobre o homem, de modo que querendo ou não, negando-o ou
aceitando-o, os dias que estão sendo sofrem a pressão daqueles que ainda serão.
Se o futuro que domina o homem, que sobre ele exerce pressão, que não está sob seu controle, não o atemoriza mas o conforta, não o angustia mas consola, não é repulsivo mas atraente, esse é domínio para o bem e não para o mal, para a vida e não para a morte, para a esperança e não para o desespero.
Por isto, se o futuro é assim, no que for possível, é sempre bom dar uma espiada para ele para tornar melhor os dias presentes.
Se o futuro que domina o homem, que sobre ele exerce pressão, que não está sob seu controle, não o atemoriza mas o conforta, não o angustia mas consola, não é repulsivo mas atraente, esse é domínio para o bem e não para o mal, para a vida e não para a morte, para a esperança e não para o desespero.
Por isto, se o futuro é assim, no que for possível, é sempre bom dar uma espiada para ele para tornar melhor os dias presentes.
Em
termos de futuro a fé cristã é que comunica a melhor expectativa para o homem,
pois aponta para o estabelecimento do Reino de Deus na terra ao tempo da volta
de Cristo, quando os salvos viverão a vida em sua plenitude.
E
se o futuro é algo que não tem como ser evitado, e efetivamente não tem; se o
futuro chega sem ser convidado, e chega rapidamente; se para o futuro se
caminha sem retroceder, e ninguém pode evitá-lo, o melhor é conhecer um
pouco do que está à frente para se prosseguir em sua direção e, até mesmo,
de alguma maneira, ansiar por ele.
Os grandes teólogos já afirmaram que a fé cristã é eminentemente escatológica, pois tem
uma carga substancial de futuro, de expectativa e de esperança em sua proposta.
Ignorar
ou desconhecer a esperança da fé é, na prática, viver sem fé, e o melhor da fé está por acontecer.
O apóstolo Pedro diz que nós, segundo a promessa de Deus, esperamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça (2 Pe 3.13), palavras que denotam que o escritor sagrado tem expectativa em relação ao que Deus prometeu em favor dos salvos.
O apóstolo Pedro diz que nós, segundo a promessa de Deus, esperamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça (2 Pe 3.13), palavras que denotam que o escritor sagrado tem expectativa em relação ao que Deus prometeu em favor dos salvos.
Esperar
aquilo que Deus prometeu é aguardar o melhor, pois diz a Escritura que as coisas que o olho não viu, e o ouvido
não ouviu, E não subiram ao coração do homem, São as que Deus preparou para os
que o amam (1 Co 2.9); esperar o prometido por Deus é ter certeza de sua
realização pois a Escritura afirma que Deus
não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa;
porventura diria ele, e não o faria? Ou falaria, e não o confirmaria? (Nm
23.19); esperar pelo que Deus prometeu e cumprirá é descansar em boa
expectativa Porque desde a antiguidade
não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu um Deus além
de ti que trabalha para aquele que nele espera (Isa 64.4).
Na
conhecida definição de fé apresentada pelo escritor sagrada o que se observa de
seu conteúdo é que a fé faz o crente olhar para frente, para o futuro, para o que
está por acontecer, dando-lhe ao mesmo tempo certeza de chegar lá e convicção
de que chegar lá é encontrar o melhor.
Antes
mesmo de apresentar exemplos de homens que viveram impulsionados e animados
pela fé e, portanto, pela esperança, pelo futuro, o escritor da carta aos
Hebreus diz que a fé é a certeza de
coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem (Hb 11.1).
Na
primeira parte a fé é apresentada como a
certeza de coisas que se esperam, o que significa dizer ser de sua essência
a esperança, ou seja, o futuro.
Portanto,
fé é a certeza do futuro que se
espera.
Na
segunda parte o autor diz que fé é a convicção
de fatos que se não vêem, o que torna certo que a fé não cria fatos mas vê
os fatos que Deus criou e espera por eles.
Se
quando o homem pecou seu afastamento de Deus lhe roubou o futuro, a partir do
modo que ele foi reconciliado com Deus pela fé em Jesus Cristo este fato lhe trouxe
o futuro de volta, pois a fé em Cristo traz a expectativa da vida eterna,
do Reino de Deus que o apóstolo caracteriza como sendo de justiça, paz e alegria no Espírito (Rm 14.17).
Se
a fé em Cristo traz tanta esperança ao crente, se ela lhe comunica um futuro tão
promissor, o melhor a fazer é fortalecê-la e a maneira da fé se
tornar mais robusta é utilizar da mesma instrumentalidade aplicada para
sua vinda, ou seja, a Palavra de Deus.
Se
a fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela
Palavra de Deus (Rm 10.17), ouvir a Palavra, meditar nela, torna a fé mais
consistente e, então, mais conhecível o futuro.
Abraão,
diz o escritor inspirado, esperava
a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus (Hb
11.10), e os crentes fazem bem em andar
nas pisadas daquela fé que teve nosso pai Abraão (Rm 4.12).
Pense, pois, no futuro nesta perspectiva para permanecerdes fundados e firmes na fé, e não vos moverdes da esperança do evangelho (Cl 1.23).
Lutero
de Paiva Pereira
Com esse entendimento é possível almejar o futuro e não teme-lo.
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