sexta-feira, 6 de julho de 2012

IGREJA: COLUNA DA VERDADE



Nesta nossa época é incrível observar como a velocidade dos acontecimentos envelhece rapidamente as coisas novas e aquilo que foi novidade ontem amanhã já é considerado antigo, dinamismo do tempo moderno ou pós-moderno visto no mundo material e no espiritual, no ambiente das coisas e no da religião, e em qualquer deles cobrando um preço muito alto dos que desejam ter satisfeitos seus desejos.
Diante deste quadro a pergunta que se faz é se a igreja, uma instituição antiqüíssima, deve se atualizar para continuar a ocupar seu espaço e responder à altura a fome de alma dos famintos e a resposta é que em termos de missão e do seu conteúdo a igreja não necessita de nenhum upgrade para justificar sua existência e atuação na sociedade e na cultura onde as pessoas, na linguagem bíblica, procuram pão que não alimenta e água que não sacia a sede.
 Com efeito, a igreja que deixa a Escritura e vive se atualizando, por mais paradoxal que possa parecer, tende a morrer, pois o que dá vida a sua existência não é o novo, mas sim o eterno o qual não sofre influência do tempo, é sempre atual e não envelhece nunca.
Trabalhando com a verdade, um “produto” único, insubstituível, necessário e imprescindível ao homem a igreja é sempre atual em seu propósito devendo, isto sim, manter-se fiel ao seu Senhor para em tudo corresponder ao seu chamado, fazendo coro com os apóstolos: mais importa obedecer a Deus do que aos homens (At 5.29), pois como coluna da verdade (I Tm 3.15), ela não se desatualiza e nem se reinventa a cada nova época, pois a verdade transcende o tempo, as eras e as gerações.
A procura de coisas novas no sentido espiritual ou religioso prova que o homem ainda não encontrou o que é eterno, pois quem se abastece do eterno não necessita ir atrás do que é passageiro, de modo que a igreja deve continuar a proclamar a verdade para que o pecador conheça, enfim, o caminho da vida.
A verdade da qual a igreja é coluna tem as seguintes características: a) veio por meio de Jesus Cristo – a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo (Jo 1.17); b) tem o poder de libertar - conhecereis a verdade e a verdade os libertará  (Jo 8.32); c) produz santificação -  santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade (Jo 17.17); d) fundamenta a adoração -  Deus é espírito; importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade (Jo 4.24); e) leva o homem a Deus – eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai senão por mim (Jo 14.6), o que demonstra que tudo está na verdade, que todos são seus dependentes e que fora dela não há vida, liberdade, menos ainda adoração ou possibilidade do homem encontrar-se com Deus.
É esta verdade que não sofre desgaste, que não envelhece nem perde sua importância e poder, que não se conforma a nada enquanto tudo deve se conformar a ela, é que a igreja é “distribuidora” autorizada junto aos perdidos, de modo que o melhor da igreja de uma época é não se conformar com sua época, mas influenciá-la com sua mensagem, deixando-se dirigir pelo Espírito da verdade (Jo 16.13), anunciando através da palavra da verdade do evangelho (Cl 1.3) a salvação em Jesus Cristo para tirar o pecador do desespero, do caos e da morte.
A verdade que valeu para o início e tem igual importância para o fim da história, deve ser proclamada sempre e sem interrupção, ainda que muitos prefiram entregar seus ouvidos a ouvir coisas novas, como era o caso dos “atenienses e estrangeiros residentes, de nenhuma outra coisa se ocupavam, senão de dizer e ouvir alguma novidade (At 17.21)”.
Mas a igreja não foi chamada para satisfazer tal nível de curiosidade dos homens, senão para cumprir a missão que seu Senhor lhe deu de pregar a palavra a tempo e fora de tempo ( II Tm 4.2), de modo que cabe-lhe mais obedecer quem a institui do que propriamente quem dela intenta tirar proveito.
Uma igreja que tem uma mensagem eterna ao invés de uma mensagem nova, uma palavra que liberta e não um discurso que distrai, uma proclamação que leva o homem a Deus e não aquela que leva o homem a nada, esta sim é uma coluna que inspira confiança dos pecadores e dá glória a Deus.
A igreja deve olhar para sua atividade essencial no mundo e com ela se comprometer ainda mais, sabendo que na qualidade de coluna da verdade não deve se preocupar com os apelos da modernidade mas sim com o propósitos gloriosos de Cristo, e se assim o fizer contará com a companhia indizível daquele que prometeu: eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século (Mt 28.20).
Lutero de Paiva Pereira

Um comentário:

  1. Cada vez que leio este artigo aprendo um pouco mais, então lerei muitas vezes. Deus o abençoe sempre com sabedoria.

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