quinta-feira, 19 de abril de 2012

OLHANDO PARA JESUS

Considerando que  os olhos têm grande influência sobre os desejos da alma, é preciso cuidar para que eles contemplem coisas valiosas para que o coração tenha aspirações de valor.
O ditado popular que consagrou a máxima de que aquilo que os olhos não vêem o coração não deseja, facilmente pode ser comprovado diante de uma vitrine numa loja de roupa, numa loja de calçados ou mesmo diante de uma exposição de carros, de motos, etc.
Sabendo que os olhos comandam o coração e que o objeto contemplado se torna muitas vezes um alvo a ser alcançado, o autor sagrado ao pretender estimular os crentes a prosseguirem em sua jornada em direção a vontade e ao propósito de Deus, diz que eles devem  olhar para Jesus o autor e consumador da nossa fé (Hb 12.2).
Se os olhos olharem para Jesus, o escritor está convicto disto, o coração dos crentes desejará Cristo, e nEle encontrarão  todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento.
É certo que o escritor não tem em conta o olhar físico, pois é impossível olhar para Jesus vendo-o com os olhos naturais. O que ele sabe, e sabe muito bem, é que é possível sim, olhar para Jesus no sentido espiritual, contemplando-O através das páginas da Escritura Sagrada.
Afinal, é através das Escrituras que o Verbo invisível se torna visível, e isto através da iluminação que vem do Espírito Santo ao coração daqueles que desejam ver o Senhor da glória.
E ao ver o autor e consumador da nossa fé o crente começa a ter no coração os desejos mais santos, os anseios mais sagrados, as aspirações mais sadias em termos de fé, coisas estas mais que suficientes para levá-lo a uma vida de grande prazer e alegria, resultando isto em  compromisso com o Reino de Deus.
Assim, correr a carreira cristã olhando para Jesus não é somente uma questão de direção certa, mas também de alvo correto, pois conhecer a Cristo não é só  o fim do caminho, como também o próprio caminho.
Se, todavia, é certo dizer que o coração deseja o que vê, não é menos correto afirmar que o coração não deseja o que não vê.
Diante disto, se o coração não tem desejado Cristo, a única explicação plausível para explicar este estado de desinteresse é que os olhos não têm sido postos nEle.
Mas se os olhos, em termos de fé, não têm sido colocados em Cristo é porque estão contemplando qualquer outra coisa, já que é impossível que não estejam fixados em algo ou alguém.
Para reverter esta situação de desinteresse do crente por Cristo, a pregação deve apresentar Cristo aos seus “olhos” sempre e cada vez mais, de modo que a cada novo sermão a visão se amplie e o desejo de conhecê-lo se multiplique. 
Se conhecer a Cristo é a dinâmica da carreira cristã, quando esta dinâmica perde sua efetividade a fé inicialmente viva se torna num amontoado de normas religiosas, cujas práticas entediam o coração.
Aqueles crentes cujos olhos ficaram distraídos ao longo da caminhada, os quais passaram a contemplar coisas que nada tinham a ver com o propósito para o qual foram salvos, e que ambicionam agora mudar  esta situação de desconforto e de apatia, a qual lhes abate a alma, as palavras de Davi se mostram mais que oportunas: Olharam para ele, e foram iluminados (Sl 34.5).
Deixe, portanto, seu coração se levar pelo prazer de conhecer a Deus pondo seus olhos em Cristo, o autor e consumador da nossa fé, pois  ninguém jamais viu a Deus, mas o Filho Unigênito que está no seio do Pai o revelou (Jo 1.18).
Lutero de Paiva Pereira

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