quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

VENTO DOUTRINÁRIO



Quando se faz o curso de piloto uma das forças da natureza que se estuda são os ventos, pois eles atuam de forma muito direta sobre o avião e sua navegabilidade.
Os chamados ventos de través, aqueles que sopram lateralmente na aeronave, por exemplo, devem ser bem observados pelo piloto, pois com facilidade eles deslocam o avião de sua rota, exigindo correção do voo para não comprometer a chegada ao aeroporto  programado.
O piloto deve ficar atento aos meios visuais ou aos instrumentos que possui na cabine para conferir se a proa está apontando para a direção certa, se o rumo se mantém na direção desejada e se o avião encontra-se na rota programada.
Quando o vento sopra da esquerda para a direita em relação a aeronave o piloto tem que “corrigir” o rumo “forçando” o avião a ir para a esquerda, e vice-versa,  compensando assim a atuação do vento.
Como os ventos sopram sempre, é bom o piloto se preparar  para enfrentar sua atuação para desenvolver uma navegação segura.
O apóstolo Paulo utilizando-se da figura do vento procura despertar a atenção da igreja dos efésios para que ficasse alerta quanto aos “ventos doutrinários” que sobre ela poderiam atuar, os quais  seriam capaz de comprometer sua caminhada  empurrando-a para destinto diferente daquele que fora proposto pelo evangelho.
Os “ventos doutrinários”, diz o escritor, tinham como origem o engano dos homens, os quais agindo com astúcia corrompem o coração daqueles que lhes dão acolhida.
Paulo escreve: Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente ( Ef. 4.14).
Para não sofrer a ação dos “ventos doutrinários ” Paulo diz que os crentes deveriam deixar de ser meninos incostantes, para ficarem firmes quando eles aparecessem.
“Ventos doutrinários” nunca cessaram e homens astutos e enganadores jamais deixaram de agir, e se um e outro sempre se fizeram presentes na história da igreja é prudente dizer que o risco de um desvio é inerente à própria fé, razão pela qual o estado de alerta deve ser mantido sempre.
Por isto a pregação deve atuar como um alimento capaz de desenvolver a maturidade dos crentes, ajudando-os a crescer na graça e no conhecimento de Cristo (2 Pe 3.18), pois somente esse crescimento é capaz de tirá-los do seu estado de menino e, consequentemente, de sua inconstância.
Assim, o pregador, o pastor, o evangelista, o mestre e quem quer que seja que se dedique ao ensino da Escritura na igreja deve ajudar seus ouvintes a cheguar a maturidade, ao pleno conhecimento da verdade (1 Tm 2;4).
Crentes que foram desviados da “rota da fé” e chegaram a “aeroportos” errados têm que fazer depois um longo voo de volta para retomar a rota de origem, e isto mesmo depois de terem seu “trem de pouso” e  “asas” danificadas pela “aterrizagem” feita em  lugar indevido.
Infelizmente a  história tem demonstrado que crentes levados por ventos doutrinarios a uma rota diferente de Cristo, chegaram a lugares terríveis e não poucos  encontram-se até hoje “ espatifados” e incapacitados na fé de alçar voo de volta.
São vítimas do que poderia ser chamado de “desastre aéreo espiritual”, e necessitam de socorro urgente para serem novamente trazidos à rota que os leva a Cristo e  sentirem prazer novamente em seguir o “plano de voo” que a Escritura estabeleceu.
Para quem não quer correr o risco de empreender “voo” em direção ao caos, utilizando-se de "rotas" impostas por ventos doutrinários o melhor mesmo  é seguir a orientação bíblica e caminhar em direção à maturidade, adquirindo capacidade de manter-se  firme mesmo quando ensinos e propostas de homens astutos e enganadores  tentam tirar seus  olhos  de Cristo para levá-lo a “aeroportos” clandestinos não “homologados” pela Escritura.
Lutero de Paiva Pereira.

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