Não há coisa tão sofrida ao homem quanto
responder a um processo judicial de natureza criminal, principalmente quando o
fato que lhe é imputado for grave o suficiente a ponto da Justiça poder lhe aplicar
a pena de morte. Em alguns países a pena capital está prevista em sua
legislação.
Alguém que vive sob a tensão de um
julgamento assim não terá sono tranqüilo a não ser no dia que ouvir do juiz a sentença:
absolvido.
Em relação a Justiça divina o homem
está na incômoda condição de réu, respondendo a processo cuja pena a ser
aplicada é a de morte eterna.
Neste processo Deus, como Juiz, não
precisa de provas para dizer que o acusado é um transgressor da Lei divina, e
como tal merecedor de punição, pois a Bíblia mesmo assevera que todos pecaram (Rm 3.23 ) e que não há um justo sequer (Rm 3.10), sendo
tais afirmativas mais que suficientes para impor a condenação a todos os homens.
Mesmo que a Justiça divina pareça
tardar, isto não quer dizer que ela um dia não será aplicada, pois a Bíblia assegura
que todos os homens comparecerão diante do santo Tribunal para ouvir do Justo Juiz a decisão irrecorrível
lançada com efeito eterno.
Assim, enquanto o Tribunal divino não
se instala para chamar um a um a sala de audiência para ouvir sua sentença, o
evangelho conclama os homens a receberem Jesus Cristo como Salvador, arrependendo-se
de seus pecados, confessando-O como Senhor para escaparem de uma sentença condenatória.
Escrevendo aos romanos o apóstolo
Paulo mostra o efeito judicial imediato de ser salvo, quando diz que nenhuma condenação há para os que estão
em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito (Rm
8.1).
Ao dizer que nenhuma condenação há o escritor
inspirado quer dizer que não existe sentença
que seja contrária aquele que está em Cristo Jesus. Ou seja, a partir do
momento que o pecador crê em Cristo imediatamente Deus, o Justo Juiz, decreta
sua absolvição.
E não haverá
mais condenação para quem está em Cristo porque por sua obra na cruz Jesus o justifica e o reconcilia com Deus, o que
quer dizer que daí por diante ele está quite com a Justiça divina.
A pena de morte
que o pecador suportaria Jesus Cristo sofreu na cruz, e isto para que o pecador
ficasse livre de qualquer condenação.
A respeito desta
ação de Cristo em favor daqueles que seriam sentencionados a pena de morte o profeta Isaias escreve: o castigo que nos traz a paz estava sobre ele (Isa 53.5).
Com efeito, Deus
não condenará nenhum daqueles que recebeu por filho porque em seu favor o Filho
amado entregou Sua vida na cruz.
Quem soube que um dia foi merecedor
de condenação e que agora sabe que nenhuma
condenação mais pesa sobre ele, e isto por causa da obra salvadora de Jesus
Cristo, amará a Deus que o absolveu e a Cristo que lhe trouxe absolvição.
Portanto, se você já creu em Jesus
Cristo viva como absolvido e alegre-se
sempre no Senhor que suportando a pena em seu lugar o colocou na condição de
isento de qualquer punição.
Lembre-se que Deus amou o mundo de tal maneira que enviou seu Filho Unigênito
para receber o castigo que você merecia, e isto para que você não sofresse a
condenação do perecimento eterno (João 3.16).
Proclame isto aos ouvidos daqueles
que ainda vivem atormentados pela ausência da convicção de que em Cristo são absolvidos
por Deus.
Lutero de Paiva Pereira.
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