terça-feira, 18 de setembro de 2012

DEUS FALOU COMIGO


Em termos da comunicação de Deus com os homens é possível dividir os crentes em duas categorias distintas.
Na primeira estão aqueles que poderiam ser chamados de “crentes on line”, os quais insistem em afirmar que Deus fala ou se comunica com eles direta e constantemente toda a semana, quando não, todos os dias. Na segunda, os “crentes off line”, que são categóricos em dizer que Deus nunca fala ou jamais se comunica ou se comunicou com eles.
Estas duas categorias de pessoas são comuns nas igrejas, e com elas dois tipos de crentes, a saber, os presunçosos, ensimesmados e orgulhosos que dizem ouvir Deus todo dia, e os entristecidos, depressivos e complexados, que pelo fato de Deus não falar com eles como fala com os outros, se sentem rejeitados e não amados pelo Senhor.
Ambos os crentes são difíceis de serem lidados, pois suas posições “espirituais” lhes dão uma resistência a qualquer tipo de ensino que tente removê-los destas atitudes.
No entanto, olhando com mais atenção para as Escrituras é possível dizer que ambos , os on line e os off line na verdade estão enganados, pois Deus não fala com os primeiros como eles dizem, nem deixa de falar com os segundos como eles imaginam, pelo contrário, Deus já falou com ambos, só que através de Jesus Cristo e não numa linha direta e exclusiva como querem alguns.
O escritor sagrado ao escrever sua carta aos Hebreus, já nos dois versos iniciais do capítulo primeiro é enfático em dizer que Deus falou com os homens utilizando-se de suas formas distintas de comunicação. Ao tempo do Antigo Testamento, diz ele, Deus falou de muitas maneiras por meio dos profetas (Hb 1.2).
Ou seja, no tempo antigo Deus utilizou-se dos profetas por Ele mesmo comissionados, para comunicar-se com seu povo, de modo que querendo alguém saber o que Deus disse, a via adequada para ouvir eram os profetas.
Quando, no entanto, chega a era do Novo Testamento, que o escritor chama de últimos dias, a maneira de Deus falar com os homens já não é mais através de profetas, mas sim, através de uma via muito mais elevada, a saber, seu próprio Filho. O escritor então informa: nestes últimos dias, nos falou pelo Filho (Hb 1.2).
Assim, no tempo da graça, no tempo do evangelho do reino, o falar de Deus aos homens se dá por intermédio de Jesus Cristo, o qual representa tudo aquilo que Deus desejou falar ou comunicar aos pecadores.
Hoje se o crente deseja saber o que aprouve a Deus que ele saiba; se quer saber o que Deus tinha a lhe comunicar e, se tem interesse em conhecer o que de Deus se pode conhecer, não deve sair atrás de pseudos profetas ou "ouvidores" divinos, pelo contrário, é preciso que seu coração esteja disposto a conhecer a Cristo, e conhecendo-O, ter a experiência espiritual real de saber o que Deus falou.
Quando o crente conhece a Cristo e Sua obra, imediatamente ele está sabendo o que Deus lhe falou, pois tudo aquilo que o crente tem de saber de Deus está em Jesus Cristo.
Deus não fala nada ao homem fora de Jesus Cristo, e em Jesus Cristo o homem sabe tudo que Deus quis lhe comunicar.
Deste modo, tendo Deus centralizado em Cristo todo o seu falar com os homens, é possível dizer que as duas categorias de crentes acima expostas estão totalmente erradas.
A primeira, a dos “crentes on line” porque não existe a possibilidade de uma pessoa estar conectada com Deus a não ser através de Jesus Cristo. Ou seja, não há a menor chance de Deus ficar falando com alguém além daquilo que Ele já falou em Cristo e através de Cristo. De modo que tais pessoas precisam rever esta “voz”que dizem lhes falar, pois ela pode não ser a voz de Deus.
A segunda, a dos “crentes off line”, porque Deus já falou com eles em Cristo, de modo que se desejam saber aquilo que Deus deseja que saibam, precisam voltar seus corações as Escrituras para conhecerem mais e mais de Cristo, e conhecendo-O, ouvirem Deus falar com eles.
Quando, por exemplo, Paulo escrevendo aos romanos diz que Deus prova seu amor por nós pelo fato de Cristo ter morrido por nós quando nós éramos ainda pecadores (Rm 5.8), o que você acha que Deus está falando com você neste verso?
Está falando que o ama, e que através de Cristo provou que o ama, e esta prova foi dada ao tempo em que você ainda era um pecador.
Não é bom saber disto?
Por outro lado, ao escrever que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo (2 Co 5.19), o apóstolo quer dizer com estas palavras que Deus está lhe falando que através de Cristo Ele afastou a inimizade que existia entre Ele e você, de modo que de agora em diante  você e Ele estão em paz um com o outro.
Não é excelente ouvir isto?
Estes e tantos outros textos da Escritura são o falar de Deus aos homens através de Jesus Cristo, falar que quando ouvido gera grande alegria no coração de quem ouve.
Cristo comunica o amor de Deus a nós, Cristo fala do amor de Deus por nós, e quanto mais de Cristo se conhece, tanto maior será a certeza do falar amoroso de Deus conosco.
Portanto, através de Cristo, e somente de Cristo, Deus falou e Deus continua falando aos homens sobre Sua graça, verdade e propósito.
O crente precisa, e com urgência, ter ouvidos para ouvir a voz maravilhosa de Deus, que lá na cruz do calvário se tornou mais que sonora aos ouvidos de todos.
Se você está na categoria dos on-line, mas fora de Cristo, você não está ouvindo Deus, mas seu próprio coração enganoso. Mas se você é da categoria dos off-line, você não está ouvindo não porque Deus não fala com você, mas porque você não está devidamente ligado a Cristo, o falar de Deus com os homens.
Portanto, deixe-se atrair a Cristo, e aí sim você poderá dizer, com verdade: Deus falou comigo hoje.
Jesus Cristo afirmou: E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim mesmo (Jo 12.32).
Lutero de Paiva Pereira

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

POBRE CRENTE RICO

Quando o coração diz que você não tem, mesmo você tendo, na realidade você não tem, pois você vê ou percebe a vida ou as coisas conforme seu coração comanda. 
Certamente você já viu ou ouvir falar de pessoas ricas que vivem como miseráveis, e do quanto suas atitudes são dignas de dó, e isto acontece porque elas acham que são pobres ou mesmo detentoras de poucas posses, embora possuam bom patrimônio.
Os crentes, com raras exceções, no que diz respeito a vida espiritual, vivem miseravelmente embora sejam ricos. E aqueles que adotam este tipo de pensamento e, consequentemente, de conduta têm uma prática cristã de grande sofrimento, pois não medem esforços para buscar bênçãos e mais bênçãos, não percebendo que já as possui em abundância em Cristo.
Lembro-me de ter lido a história de um rapaz cuja família tinha muitos bens, mas mesmo assim sua vida não era nem um pouco compatível com sua realidade financeira. Seus amigos julgavam que ele tinha uma vida bastante agradável em razão do patrimônio dos seus pais, mas ninguém conhecia seu drama pessoal, pois o rapaz achava que nada possuía.
Uma vez seu problema veio à tona, e isto em razão de circunstância familiar bem íntima.
Insatisfeito com tudo, o rapaz foi logo dizendo a seu pai que não aguentava mais aquela situação. Afinal, muitas vezes quis dar uma festa aos seus amigos, mas não conseguia fazer nada, porque não tinha dinheiro ou recurso para promover o encontro. 
Seu pai ficou espantado com sua atitude  e lhe disse que não havia porque ter este sentimento, pois todo o patrimônio que ele tinha era dele também, de modo que poderia fazer a festa que bem entendesse sem nenhum problema.
Acontece que o rapaz mesmo sendo rico em razão da riqueza do pai, não se julgava como tal e isto o impedia de desfrutar do patrimônio 
Pobre rapaz rico. Que decepção. Que momento de choro deve ter sido aquele em que o pai lhe dá a conhecer o que seu coração ignorou por todo tempo, ou seja, que tudo do pai lhe pertencia.
Tal é a história de muitos pobres crentes ricos, os quais descobrem muito darde  que Deus já o abençoou com todas as bênçãos espirituais em Cristo (Ef 1.3), de modo que tudo aquilo que precisam ter para viver de modo saudável já lhe foi concedido em Cristo. 
Quando o crente se depara com esta realidade espetacular ele tem a sensação de ter perdido tempo à época em que “correu” atrás de bênçãos, ignorando as bênçãos espirituais que já eram suas em Cristo Jesus.
O apóstolo Paulo diz que orava em favor dos crentes da igreja de Éfeso para que eles tivessem iluminados os olhos do seu entendimento, para que soubessem qual seja a esperança da sua vocação, e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos (Ef 1.18).
Com tais palavras o escritor sagrado demonstra que desejava que aqueles crentes tivessem a experiência de terem seus olhos aclarados para verem seu patrimônio espiritual inesgotável e, vendo pudessem viver em função das riquezas da glória que participavam em Cristo, pois bem sabia o grande evangelista que se eles vivessem nesta perspectiva, suas vidas em tudo seriam melhor e diferente.
Prosseguindo no seu ministério de fazer os crentes verem que já possuíam muito mais do que imaginavam ter, o apóstolo diz que Deus nos ressuscitou juntamente com Cristo e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus (Ef 2.6), uma realidade espiritual que pode ser percebida e vivenciada hoje, e que quem consegue compreender isto já tem riqueza mais que abundante para ter uma vida espiritual regada pela alegria e  satisfação.
O pobre crente rico precisa, com urgência, descobrir suas riquezas em Cristo, e quem isto fizer certamente não viverá como o jovem da história acima descrita, que consta da parábola que Jesus contou do filho pródigo.
Por todo o tempo em que o rapaz morou na casa do pai, e de um pai rico, ele se portou como nada tendo, como um pobre, pois seu coração nunca permitiu notar a bondade do pai para com ele, bondade esta que tinha levado o pai a considerar como dele tudo que era seu.
É preciso que os crentes descubram logo o amor de Deus por eles, amor que levou Deus a abençoá-los com toda a sorte de benção espiritual em Cristo, de modo que nada lhes falta daquilo que é útil para um viver saudável de quem foi salvo pela graça.
Converter o coração a Deus é uma atitude constante e progressiva, e ainda hoje é tempo do seu coração se voltar mais um pouco para o Senhor, de modo a perceber que de nada tem falta, pelo contrário, tem total suficiência em Cristo para viver rica e abundantemente.
Descubra nas Escrituras as bênçãos espirituais que Deus já o abençoou em Cristo e você verá quão rico é, e ao fazer esta descoberta  suas orações ao vez de pedir passarão mais a agradecer a Deus por sua bondade.
Ao Deus de toda graça que nos abençoou em Cristo, seja toda a glória.
Lutero Paiva Pereira